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Última palavra

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Salvo conflitos de agenda, o Senado Federal deve iniciar na semana que vem a discussão e a votação do novo Código Eleitoral, cuja versão, com cerca de 900 artigos, foi aprovada pela Câmara dos Deputados. O texto até deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça, cuja missão é avaliar vícios constitucionais, mas no plenário a conversa é outra. Há preocupações com o açodamento do deputado Arthur Lira, que colocou a matéria na pauta olhando apenas para as eleições de 2022, e com alguns pontos considerados polêmicos.

A proibição de pesquisas a partir da última sexta-feira antes do pleito é um deles, pois tira do eleitor o direito de conhecer o desempenho dos candidatos e, através das avaliações – mesmo em voto útil -, definir a sua posição. Os institutos também terão que cumprir uma cláusula de desempenho, que medirá o grau de erros e acertos.

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A questão mais polêmica, porém, é a volta das coligações, depois de o próprio Congresso ter definido, há cerca de três anos, a sua proibição. A única experiência no novo modelo foi aplicada em 2020, quando foram eleitos prefeitos, vices e vereadores. A eleição para assembleias e Congresso não passou por tal experiência. Há, portanto, um contrassenso quando se revoga algo que sequer foi testado na escala nacional.

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As coligações elegem candidatos que as próprias urnas rejeitaram, mas que obtiveram o mandato graças às alianças. Mais do que isso, os puxadores de voto acabam produzindo um cenário artificial na representação. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por mais de uma vez, já disse tratar-se de um retrocesso, mas destacou que a decisão não é dele, e sim do plenário. No entanto pode ter forte influência nessa questão.

As razões da pressa são rasas, pois várias mudanças – muitas delas, de fato, positivas, pois atualizam a lei – podem ser aplicadas sem o risco do prazo de antecedência, próprio de leis eleitorais e fiscais. Por isso, se há mesmo interesse em aprimorar, não faz sentido mexer em pontos considerados polêmicos e que não significam qualquer avanço na legislação.

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