Com um colégio eleitoral próximo de 400 mil inscritos, Juiz de Fora tem números preocupantes quando se trata de biometria – o cadastro digital que acelera todos os processos -, uma vez que ainda restam 230 mil eleitores que não migraram seus títulos para o novo modelo a despeito de os prazos de recadastramento estarem se aproximando do fim. O que esse eleitor precisa necessariamente saber é que a biometria será obrigatória já nas eleições do ano que vem. Sem ela, o cidadão não terá meios de apresentar sua adesão a qualquer candidatura.
E esse é um problema que deveria chamar a atenção também dos partidos políticos. Quando se fala em participação nas urnas, eles deveriam ser os mais interessados, o que justificaria a adesão às campanhas promovidas pela Justiça Eleitoral. Mobilizar seus militantes e cobrar participação no processo de convencimento são premissas importantes.
A biometria é parte do aprimoramento do próprio processo eleitoral. Parte da população ainda deve se lembrar dos tempos de eleições com cédulas de papel – ainda há os que defendem esse modelo para garantir o registro – e da apuração que levava dias para se consolidar. A cidade tem experiências de pleitos que levaram uma semana inteira para serem consolidados diante da morosidade do antigo modelo. Hoje, o resultado é conhecido horas após o fechamento das urnas.
A resistência desses 230 mil não encontra razão, pois também em outras instâncias o modelo já é aplicado. Os planos de saúde estão à frente desse processo, e as clínicas, em sua maioria, também já estão aptas a receber o dedo do paciente. Por que não as urnas? Em vez de longas filas para conferir dados do eleitor, o modelo digital adianta o processo e, acima de tudo, facilita a segurança, reduzindo a margem de erro.
Quem não fizer o recadastramento está sujeito a graves sanções, a começar pelo cancelamento do título eleitoral, com consequências em outras ações, como tirar passaporte, carteira de identidade ou se inscrever para cargo ou prova no serviço público. Como a Tribuna destacou na edição de sábado, há ainda outras vedações tipo “recebimento de vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, participação em concorrência pública ou administrativa da União, estados ou municípios ou das respectivas autarquias; e renovação de matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo Governo”. Em suma, só problemas. Cadastrar é melhor e mais fácil.
Aderir à biometria é um gesto de cidadania e engajamento na modernidade; num cenário de obrigatoriedade, o não registro só traz transtornos