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Jeitinho não cola

editorial moderno
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A Copa do Mundo termina neste domingo sem um legado técnico. O modelo apresentado pelas seleções não teve o mesmo impacto de outros anos. Mesmo assim, é possível tirar lições. Uma delas é o cai-cai de nosso principal jogador. Neymar tornou-se símbolo do jeitinho brasileiro de buscar facilidades com pequenas simulações. Não precisa, pois tem bola para ser o melhor do mundo, mas agora terá que esperar algum tempo para mudar a sua imagem. Talvez no PSG, pelo qual deve atuar por mais um ano, tenha a oportunidade de se mostrar sem as piruetas. Mas é injusto colocá-lo no cadafalso como responsável por nossa desclassificação. A despeito de tudo, foi um dos melhores dentro do possível.

Mas a lição não se esgota em Neymar. Está cada vez mais claro que o estilo malandro já não cola e só criatividade não resolve. É preciso trabalhar, e muito, para se alcançar objetivos. Por isso, a discussão deve ir além, envolvendo outras áreas, a começar pela política, em que seus atores agem apartados do sentimento coletivo, achando que as ruas, na hora do voto, se esquecem das mazelas praticadas na instância pública. Ledo equívoco. Com as redes sociais, o debate tornou-se permanente e, mesmo não chegando ao patamar ideal, já avançou.

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Se superado o embate do nós contra eles, que atrasa o compasso da política, as discussões tendem a ser mais intensas e interessantes, bastando ver a reação de alguns setores. No caso dos torcedores que induziram ao constrangimento uma jovem russa, a reação – ao contrário de outros anos – não foi de apoio à brincadeira. A malandragem foi questionada, e as redes não os perdoaram. Talvez seja essa a lição que os políticos ainda não aprenderam. Diante de tantas operações, sobretudo da Lava Jato, ainda há os que insistem em burlar a lei, fazendo da corrupção o seu motor. É fato que não se muda de uma hora para a outra, mas é possível perceber que nem tudo está como antes.

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