Ícone do site Tribuna de Minas

Até março

editorial-moderno
PUBLICIDADE

Pelo menos cinco pessoas já morreram em Minas nesse período das chuvas de fim de ano, que tendem a se intensificar com a chegada do verão. As causas são diversas, mas algumas delas, fruto da inação humana, poderiam ter sido evitadas. Com o avanço da impermeabilização, o volume de águas em ruas e avenidas tende a aumentar, principalmente quando a rede de captação das águas pluviais é precária ou está comprometida pelos detritos deixados pela própria população.

São demandas recorrentes, que se repetem ano após ano, sem que muito seja feito. Situada em um vale e com uma topografia comprometida, Juiz de Fora tem sérios problemas na fase mais aguda dos temporais. Muitos já foram atacados – como a contenção de encostas -, mas outros ainda carecem de ações objetivas, só possíveis com a obtenção de recursos. Na Zona Norte, vários bairros estão abaixo ou no mesmo nível do Rio Paraibuna, o que faz deles caminho natural do excesso das águas do principal rio da cidade. Como já foi dito por diversas vezes neste mesmo espaço, o refluxo das águas deixa residências inundadas, sem que providências, mesmo que de longo prazo, sejam tomadas.

PUBLICIDADE

A prefeita Margarida Salomão anunciou a busca de investimentos para reverter o problema, que passa, necessariamente, pela drenagem na altura do Bairro Industrial e seu entorno, ocorrendo o mesmo nas proximidades do Distrito Industrial, em Benfica. São projetos que demandam um aporte financeiro de grande expressão, daí a necessidade de apoio das instâncias estadual e federal, pois o município, e não é de hoje, embora seja a matriz da arrecadação, é o que fica com a menor parcela dos recursos. Além disso, os repasses nem sempre chegam à tempo e à hora.

PUBLICIDADE

Com boa parte dos afluentes do Paraibuna coberta, a cidade carece, também, de projetos para desassoreamento desses córregos, sobretudo pelo aumento do fluxo de água e esgoto, que cresce exponencialmente. Mas até mesmo os rios abertos têm sérios problemas, bastando acompanhar a sua situação: lixo jogado no seu curso e mato comprometendo a passagem das águas. O próprio Paraibuna tem áreas críticas. O estreitamento de suas margens aumenta os riscos de inundação de seu entorno.

As metrópoles, de modo geral, vivem esse problema. Na noite de domingo, um temporal de 40 minutos no Rio de Janeiro interrompeu os serviços e deixou vários pontos com alagamento e árvores derrubadas.

PUBLICIDADE

As águas de verão, que só terminam em março, fazem parte do ciclo, mas sua intensidade – assim como as secas – tem sido marcante, fruto do desmazelo da humanidade com o seu meio ambiente.

Sair da versão mobile