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Mobilidade em xeque

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A mobilidade urbana tornou-se o tema mais desafiante para as autoridades públicas diante da mudança constante do perfil das metrópoles. O número de veículos tornou-se insustentável em algumas delas, e a opção pelo transporte público ainda enfrenta questões que perpassam a rotina dos governos. Agora mesmo, Juiz de Fora retoma o debate das tarifas. De um lado, os empresários apontam para o aumento permanente dos custos e a defasagem no preço das passagens. De outro, a população diz que o reajuste está acima da inflação, cobrando medidas para evitar a majoração.

Por um desses períodos, o Executivo cedeu e não reajustou o preço do transporte dentro do esperado. Evitou manifestações, mas só levou em conta o momento, sem avaliar as consequências no futuro, que ora chega com um pedido considerado além do esperado em razão de essa medida não ter sido tomada na última discussão. Há sempre consequências quando se age sem medir as margens. E agora, como fica?

Além disso, há questões que precisam entrar na agenda, como o frequente modelo de concessões de gratuidade. Está em tramitação na Câmara uma proposta para isentar os conselheiros tutelares do pagamento de passagens. A ideia, embora louvável por um lado, é crítica por outro, pois, se tira mais uma fonte de arrecadação, é necessária a criação de alternativas para garantir o trabalho desses agentes sem criar dependências do sistema. Caso contrário, a conta vai para os demais usuários, como já ocorre com outras isenções.

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A Prefeitura, como a Tribuna mostrou na edição dessa quarta-feira, pretende fazer uma ampla reformulação no sistema a partir de 2020. A intenção é criar alternativas que possam baratear e otimizar o serviço sem implicar, necessariamente, prejuízos para as empresas. Há, como diz a matéria, a possibilidade de redução da frota, que atualmente conta com 594 ônibus e 22 veículos de apoio.

A discussão deve ser feita com a participação de todas as partes desde que estejam dispostas a analisar a matéria sob o signo da razoabilidade. Caso contrário, seria criado um impasse que não levaria a lugar algum. Aliás, essa discussão já era para ter sido feita quando foram realizados os primeiros ensaios do sistema troncalizado na cidade.

Ele começou numa gestão e foi abolido em outra, sem que fosse dado tempo de maturação ou avaliação do que estava certo ou errado. Simplesmente acabou, e as consequências estão nas ruas. O Centro da cidade se tornou uma área permanente de congestionamento, especialmente a Avenida Getúlio Vargas, diante do excessivo número de veículos particulares e do transporte coletivo.

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Os tempos de hoje, aliás, induzem a avaliar também as consequências dos aplicativos, que desidratam o número de passageiros dos ônibus e dos táxis. Pode se dizer que são ações de mercado, mas é fundamental levar em conta as consequências em todas as frentes, inclusive no incremento de mais carros andando pela cidade num tempo em que se avalia a necessidade de tirar os carros da área urbana.

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