A divisão em novos lotes da concessão da BR-040 mostrou-se a solução mais em conta para resolver de vez – e é o que se espera – de um problema que vem se arrastando há mais de uma década. O Ministério dos Transportes estabeleceu a concessão entre Belo Horizonte e Cristalina (GO); Belo Horizonte e Juiz de Fora e, finalmente, Juiz de Fora e Rio de Janeiro.
Com essa formatação os custos se tornam viáveis, já que há projetos em curso que demandam de execução imediata. Quando não avançou a conversa entre o Governo e a Concer, estabeleceu, inicialmente, que o novo trecho a ser privatizado seria entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Já naquele tempo, a Tribuna alertava para a sua inviabilidade ante os muitos investimentos que seriam necessários para execução de obras em dois pontos críticos. O primeiro na Serra de Petrópolis, envolvendo a conclusão de um túnel de cinco quilômetros, e o segundo em quase todo trecho até Belo Horizonte destacadamente entre Conselheiro Lafaiete e o entroncamento com a BR-356 – na altura do condomínio Alphaville da capital – e na altura de Santos Dumont, cujos quatro viadutos, dois deles em curva, são do início dos anos 1960, quando a rodovia ainda se chamava BR-3, a mesma da canção de Tony Tornado.
Diante de tantos encargos, seria impraticável o trabalho de uma só concessionária, mas é necessário superar todos os impasses jurídicos para retomada dos projetos. A expectativa do Governo Federal é lançar o edital de concessão, e, na sequência, realizar o leilão ainda este ano, o que ainda é incerto ante os demorados trâmites burocráticos.
Entre tantas idas e vindas, o usuário continua sendo o mais penalizado diante dos problemas que enfrenta nas duas pontas. No caso do Rio de Janeiro, a subida da Serra de Petrópolis é o mais grave, sobretudo no período das chuvas prestes a começar. O túnel seria a única alternativa para resolver tal problema e sobretudo, garantir mais segurança no trecho.
E é a segurança o principal gargalo no sentido Juiz de Fora/Belo Horizonte. Além dos viadutos, a falta de divisão de pistas se apresenta ao curso de quase todos os 260 quilômetros até a capital. Em Lafaiete – como já foi esgotado nesse mesmo espaço – há também a concorrência com os caminhões de algumas mineradas, já que boa parte já tem pista própria para escoar os seus produtos.
Vários grupos de trabalho foram constituídos ao longo dos anos, inclusive na Assembleia Legislativa, mas não houve avanços. Com a privatização espera-se que a própria concessionária se envolva nas discussões, tornando-se um mais um ator nessa discussão sem fim e que carece de um desfecho.