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Volta das doenças

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País assiste ao ressurgimento de doenças que eram consideradas extintas num período em que, a despeito da informação, ainda se discute equivocadamente a eficiência das vacinas

Quando o jogador Richarlison, da Seleção Brasileira, foi afastado momentaneamente da Copa América – ele voltou na última partida e fez um gol – em decorrência de uma caxumba, houve quem indagasse: “Mas ainda temos essa doença?”, aludindo ao fato que levou os demais jogadores a serem vacinados. A caxumba ainda tem registros no país da mesma forma que outras doenças que, em tese, deveriam ter sido eliminadas, como sarampo, catapora, entre tantas outras.

A segunda indagação envolve as razões para tal estágio. Nos tempos idos, os antigos tinham uma fórmula para resolver o problema. Induziam as crianças a contraírem a doença, a fim de resolver rapidamente essa questão, sobretudo pela falta de vacinas, o que não é o problema de hoje. Muita gente, ante tal falta, morreu ou ficou com sequelas, dado que não faz sentido nessa pós-modernidade, em decorrência da profilaxia à disposição da comunidade.

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Com o advento da internet, a divulgação tornou-se mais fácil, mas os organismos que atuam na área de saúde ainda pecam pela falta de eficácia de suas campanhas. Há um expressivo contingente pelo país afora que não crê na eficiência das vacinas, ora por razões ideológicas, ora pelo viés religioso. Além disso, os jovens, especialmente, analisam os fatos com ceticismo, bastando avaliar os números de vacinas, como a contra o HPV, que nunca chegam aos patamares adequados a despeito de suas consequências.

Insistir é a máxima a ser implementada, a fim de romper a resistência que se situa mais no campo da desinformação do que no da convicção.
Doenças consideradas erradicadas e que voltam a ser registradas indicam, também, falha nas políticas públicas que vão além da vacina. Boa parte dos casos é resultado de áreas próprias para a infestação, bastando ver o caso da dengue, que, mesmo não tendo um antídoto, poderia ter números bem menores na curva ascendente de ano para ano. Para isso, a população também precisa estar engajada no processo por entender – se devidamente esclarecida – ser ela o alvo dessas endemias.

Ressalte-se, ainda, que o Brasil é apenas parte do problema, uma vez que, pelo mundo afora, há situação semelhante até mesmo em países desenvolvidos. A causa é o intercâmbio por viagens ou por migrações, dados que exigem atenção permanente das autoridades, sem, no entanto, se transformarem em preconceito. Basta vacinar.

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