Qualquer medida que vise melhorar a segurança no trânsito é bem-vinda, daí ser necessário colocar em prática o projeto, inicialmente apresentado pelo vereador André Mariano, de instalar bolsões para as motos nas ruas e nas avenidas da cidade. Seria um meio de disciplinar a própria prática, pois hoje, sem controle, elas se espalham à frente dos demais veículos, colocando em risco a vida dos próprios condutores.
Mas a discussão não deve se encerrar nesse importante tópico. É fundamental o incremento de campanhas de educação no trânsito a fim de mostrar a todos – motoristas, ciclistas, motociclistas e pedestres – que é possível uma boa convivência se todos entenderem seus limites. Hoje, e não apenas em Juiz de Fora, o descontrole é responsável por boa parte de acidentes e atropelamentos, formando uma inquietante estatística. O trânsito no Brasil é um dos que mais mata, levando-se em conta, também, as ocorrências em rodovias.
A cena urbana recorrente mostra abusos de toda sorte. Bicicletas não param nos sinais, e pedestres atravessam em qualquer ponto, numa perigosa pressa na qual se tornam as principais vítimas. As motos passam no meio dos veículos, em arriscadas manobras que já culminaram em acidentes fatais. Ao mesmo tempo, a cidade ainda não tem uma cultura de considerar o pedestre a prioridade. Em pontos sem sinais, mas habilitados para a travessia, há um confronto direto entre os apressados que tentam cruzar a rua e motoristas que entendem ser deles a vez.
A educação no trânsito também deveria ser uma discussão na etapa inicial da vida escolar, pois teria resultados bem mais efetivos à medida que o cidadão em formação já teria informações suficientes para evitar abusos. As madrugadas na cidade são reveladoras. Há ocorrências de toda sorte, independentemente de classe social, em que muitos motoristas consideram a área urbana uma pista de corrida cujas consequências podem ser trágicas tanto para eles quanto para personagens que estejam no horário e no lugar errados.