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Novela de muitos capítulos

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A audiência pública para tratar do binário na Cidade Alta acabou tornando-se uma discussão bem mais ampla ante os muitos problemas que afetam o dia a dia da população. Some-se a isso os tempos de inação do Dnit, que jamais concluiu um projeto que já começou com problemas. Ele não se adequou aos novos tempos e a versão original, do final dos anos 1970, já não fazia mais sentido ante a ocupação urbana. Como resultado, a BR-440, em vez de solução, tornou-se um grande problema.

Audiências públicas são positivas, pois a discussão não se esgota na instância política, apesar de essa ser fundamental para o debate. Quando se ouve a população, avança-se sobre questões que não chegam aos gabinetes. O cidadão, por mais simples que seja, pode dar sua contribuição ao apontar não só o que o afeta diretamente, mas também onde se situa o real problema.

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Quando prefeito de Joinville, em Santa Catarina, o falecido senador Luiz Henrique, veio à cidade, a convite do também prefeito Tarcísio Delgado – no seu primeiro mandato – para falar dos mutirões, experiência de sucesso que implantou em sua cidade e que foi replicada positivamente em Juiz de Fora. No seu relato, citou a visita do seu corpo técnico para elaborar um projeto de captação das águas das chuvas que afetam um determinado bairro. Feitas as análises, ele foi chamado por um ancião que a tudo acompanhava para dar a sua opinião. Ele disse que gostou muito do que ouviu, mas avisou ao prefeito que a água da chuva vinha de outro ponto, e não de onde os técnicos tinham avaliado.

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Tal dado é revelador da importância de as instâncias de poder ouvirem a comunidade, pois é ela quem vive a rotina da cidade e pode apontar os pontos críticos que não são captados pelo olhar técnico. Ressalte-se, ele é fundamental para elaboração dos projetos e por ter a expertise, mas quando se trabalha em conjunto todos ganham.

A BR-440 já está construída, e, como lembrou o vereador Luiz Otávio Pardal, a criança já nasceu, mas carece, agora, de cuidados, que podem começar a ser implementados com a municipalização que será discutida pela prefeita Margarida Salomão já no primeiro dia do novo Governo. O secretário de Mobilidade, Fernando Davi, sinalizou para uma intervenção mais ampla o que, de fato, é necessária, já que há danos para todos e riscos, especialmente para crianças e idosos.

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Quando se adia a implementação de projetos, deixando à mercê do tempo, sempre há problemas. A BR-440 tinha uma concepção que hoje não faz mais sentido, da mesma forma que outro gargalo também já esteve à mesa e não saiu do papel. Foi sugerido ao secretário – e de forma pertinente – que se avalie a ampliação do Pórtico Norte da Universidade Federal, que na hora de pico forma um verdadeiro gargalo. Mas é preciso lembrar que já se discutiu em diversas gestões, sem sair do papel, a importância de um novo acesso, uma vez que o atual é uma concessão da UFJF.

Falou-se, inclusive, na extensão do trânsito na altura do estádio municipal com uma saída pela Rua Roberto Stighert. O projeto está nas gavetas e, ante a ocupação urbana, está fadado a se tornar mais um que ficou no papel e não tem mais condição – e recursos – para ser implementado.

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