Embora a economia já dê sinais de recuperação, com redução dos índices inflacionários e retomada dos empregos, os efeitos da pandemia ainda vão demorar algum tempo para serem minimizados. Na edição de domingo, a Tribuna destacou a desvalorização dos salários em Minas, que ficou em torno de 9% em relação a 2020. Se, neste ano, o salário médio era de R$ 2.474, em 2021, houve uma redução para R$ 2.251. Os dados referem-se ao segundo trimestre.
De acordo com especialistas e lideranças do setor, as consequências da pandemia são a matriz para esse cenário, já que o setor produtivo reduziu suas atividades, e uma parcela expressiva da população foi para a informalidade. Criou-se, pois o cenário ideal para redução da atividade econômica. A inflação da primeira metade de 2022 também deve ser levada em conta. A despeito de os números serem do ano passado, ela impediu a retomada imediata do crescimento, o que só é percebido na segunda metade do ano.
Os indicadores econômicos também são resultado de ações externas. A guerra na Ucrânia teve um impacto global, e, num mundo conectado, os efeitos não se restringem apenas às áreas de conflito. Os europeus, que se preparam para a chegada do inverno em dezembro, já estão preocupados com a produção de gás e sua dependência da Rússia. O presidente Vladmir Putin já avisou que só fará a exportação se forem suspensos os embargos econômicos ao seu país. Problemas à vista.
Com cenários ainda preocupantes, os reflexos também afetam a retomada do crescimento econômico. O número de pessoas na informalidade continua acentuado, e não há indícios de sua volta ao mercado formal no curto prazo.
Outro dado que leva a incertezas é, paradoxalmente, a eleição de outubro. Os setores econômicos colocam o pé no freio por não saberem o que virá pela frente, embora todos os candidatos, sem exceção, anunciem avanços econômicos. Só que não bastam promessas. Enquanto não forem feitas ações efetivas – o que só será possível perceber após o dia 1º de janeiro –, não haverá mudanças substanciais. Faz parte do jogo.
A matéria da estagiária Mariana Floriano, sob supervisão da editora Fabíola Costa, destaca uma série de fatores com repercussão direta na economia, o que afeta também a Zona Rural. Mas é o comércio o segmento mais comprometido pela pandemia por conta da redução nas vendas, o que implica redução de quadros e, por enquanto, contratações tímidas nessa esperada retomada.