A inauguração da alça José Vicente de Barros, que permite o acesso direto do Viaduto Augusto Franco à Avenida Francisco Bernardino, pode significar uma primeira etapa de uma necessária remodelação no trânsito e outros serviços na área central da cidade. Ao tirar cerca de quatro mil veículos do entorno da Praça Antônio Carlos, a Prefeitura facilita outras que podem envolver, sobretudo, a Avenida Getúlio Vargas, avenida que acumula boa parte das mazelas urbanas típicas das metrópoles: tem trânsito caótico na hora do rush; suas calçadas ficam apinhadas de pessoas entre os que estão em trânsito e os que esperam ônibus, e ambulantes que ocupam espaços com comprometimento, em alguns pontos, da própria pista de rolamento.
A otimização da Getúlio, por seu turno, implica, necessariamente, a otimização da Avenida Francisco Bernardino, que, em relação à primeira, recebe um fluxo bem menos intenso. Da mesma forma, vai precisar de profundos investimentos para ampliar a mobilidade urbana.
Trata-se de um grande desafio, sobretudo pela escassez de recursos que perpassa administrações ao curso dos anos, mas colocar tal projeto entre as prioridades é uma questão fundamental. Quando terminou a modelagem da Avenida Rio Branco, o ex-prefeito Mello Reis iniciou as primeiras ações na Getúlio, mas, sem a reeleição – a despeito de um mandato de seis anos -, ele não concluiu seu projeto. A via, no entanto, não pode ficar à margem das ações municiais.
Discutir tal tema deve ser uma das agendas da atual administração e dos possíveis candidatos à Prefeitura, por ser a mobilidade um dado importante na vida da cidade. Não é de hoje que a população cobra ações mais intensas, sobretudo aquela que usa o transporte urbano. Nos horários de maior fluxo, é desumana a situação de quem espera os ônibus na Avenida Getúlio Vargas, cujos pontos – ao contrário da Rio Branco – estão na calçada. Em tempos de chuva, a situação se agrava.
A Tribuna, em mais de uma ocasião, e ao longo dos últimos anos, vem apontando a necessidade de medidas para a região. A mais recente foi mostrar a situação crítica não só do trânsito, mas da divisão perversa de espaços entre usuários e ambulantes. As recentes ações podem significar uma virada. Que assim seja.