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Até Los Angeles

editorial
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Com um desempenho aquém das expectativas, uma vez que há três anos, em Tóquio, foram 21 medalhas – entre elas 7 de ouro -, a equipe brasileira está retornando ao país com poucas celebrações, mas com dados positivos a serem considerados. O número de mulheres superou o dos homens e foram delas as três medalhas de ouro conquistadas em Paris.

Competições como as olimpíadas são reveladoras de políticas esportivas. Tendo o Brasil sido sede da competição de 2016, esperava-se que, a partir daquela data, o olhar sobre as diversas modalidades fosse outro, com mais incentivos para todos os segmentos e políticas de incentivo aos jovens pela prática do esporte.

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Muitos dos atletas campeões vieram de comunidades carentes, mas a maioria deles não pode dizer que a mudança se deu pelas mãos das instâncias oficiais. Ao contrário, foram instituições privadas, entidades sociais, clubes e abnegados que lhes deram suporte. O Governo, por mais que capitalize o sucesso dos jovens campeões, ainda tem que avançar mais em suas políticas.

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É fato que muitas prefeituras, a despeito dos poucos repasses para o setor, têm políticas próprias para formar campeões e também dar oportunidade a tantos outros que pelo esporte podem mudar suas vidas. Por isso, quando se fala em incentivo não se fixa exclusivamente em recursos financeiros, mas também em políticas que promovam o esporte dentro de projetos de alcance social.

Tornar-se uma potência esportiva não é uma mudança de médio ou curto prazo. Esse processo envolve governos de vários mandatos, o que implica, necessariamente, em ações de continuidade, o que não é comum no país. A cada mudança ba administração há uma política, e com isso, os processos também passam por alterações frequentes. Em 2028, os jogos vão ocorrer nos Estados Unidos, mas quatro anos passam rápido e a preparação para Los Angeles começa agora.

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Esportes coletivos como vôlei e futebol, têm mais apelo na captação de recursos, mas isso também não basta. A gestão é a chave de todo esse processo. O juiz-forano vem indagando há alguns anos por que cidades de menor porte conseguem colocar seus times nas instâncias mais importantes do futebol, como ocorre com São João Del Rei, Tombos e Ubá, com o Aymorés, enquanto Tupi, Tupinambás e Sport vivem de sua história de glórias mas sem um futuro definido.

O Tupi é o caso mais emblemático por ter chegado à Série B do Campeonato Brasileiro e só conseguiu permanecer lá por um único período. Depois disso, desceu a ladeira e não está, sequer, na primeira divisão do Campeonato Mineiro.

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E não é por falta de equipamentos. A cidade tem um ginásio poliesportivo de primeiro mundo e um estádio de futebol capaz de abrigar grandes jogos. Quando inaugurou o Estádio Mário Helênio, o então prefeito Tarcísio Delgado – como os demais torcedores – estava convencido de que os clubes da cidade iriam subir para as principais divisões do futebol brasileiro. Só que estes, por sua vez, por conta de gestão, não corresponderam às expectativas.

Inaugurado este ano, o Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos é outra arena capaz de abrigar grandes eventos. Por si só, corre o risco de tornar-se um elefante branco. É vital otimizar sua ocupação e aí os clubes também têm papel fundamental nesse processo. O voleibol já deu mostras de seu potencial, mas carece de recursos para se manter, no mínimo, entre as dez maiores equipes. E isso só será possível com apoio do setor privado.

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