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Na rota do tráfico

editorial moderno
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Em uma semana, os agentes federais apreenderam mais de duas toneladas de maconha – a última, na manhã de sexta-feira -, indicando que a região ingressou na rota do tráfico, que sempre procura vias alternativas para escoar os seus produtos. O trabalho das polícias Federal e Rodoviária Federal tem sido fundamental para desmantelar esse processo, sobretudo por não ser um gesto isolado. Estar na rota implica não apenas a passagem, mas também a logística do crime organizado, que cria uma verdadeira estrutura para consumar suas ações.

O tráfico é um flagelo mundial combatido sistematicamente pelas organizações policiais, mas no Brasil ainda carece de enfrentamento em outras áreas. A discussão sobre o tema ainda é rasa nas instâncias de poder por não haver consenso. Ainda se discute a imputação a pequenos traficantes, levando o foco para os cabeças das operações, enquanto outros setores entendem que a repressão tem que ser feita de alto a baixo, mesmo sabendo que o andar de baixo é de fácil reposição. Outros defendem a máxima de seguir o dinheiro para se chegar à fonte, o que também é uma alternativa. A legislação, no entanto, ainda carece de aperfeiçoamento.

Combater o traficante sem se importar com o usuário é outro dilema das sociedades modernas. A descriminalização das drogas ainda passa por avaliações e não tem grande defesa nas instâncias de segurança pública. Os usuários, no entanto, há tempos saíram da órbita do código penal, que antes também os conduzia para a cadeia.

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A avaliação a ser sistematicamente feita passa pelas consequências. O tráfico é a matriz da maioria dos crimes contra a vida e contra o patrimônio. No primeiro caso, em função da conquista de território, com grupos se enfrentando para ganhar espaço. No caso de furtos ou roubos, a matriz é o consumo: sem dinheiro para sustentar o vício, muitos usuários começam com pequenos furtos dentro da própria casa e depois passam para ações mais ousadas no meio e, dependendo da situação, para medidas mais drásticas. Os danos colaterais, portanto, são expressivos quando se atua nesse submundo.

Há muitas políticas públicas em curso, mas ainda insuficientes para a grande demanda. Milhares de lares continuam destroçados pelas drogas enquanto grandes traficantes ficam ricos às custas desse flagelo. O enfrentamento e a discussão são pautas permanentes.

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