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Efeito Janot

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Com um feriado na quinta-feira, que dará o tom de fim de semana prolongado (hoje é feriado apenas local), a semana terá momentos de tensão em virtude dos muitos acontecimentos que estão na agenda da política. Embora tenha sido absolvido pelo TSE, no processo de cassação encabeçado pela ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer tem pela frente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que quer levá-lo de volta aos tribunais, desta vez no Supremo, por crimes da Lava Jato. Neste caso, porém, a denúncia só progride se a maioria absoluta da Câmara der o seu aval, o que é pouco provável a essa altura do campeonato, quando a classe política está com o procurador até a altura do nariz, indisposta a dar-lhe respaldo numa questão tão relevante.

Mas, independentemente da reação dos parlamentares, o desgaste é inevitável, sobretudo quando ele vem agravado pela decisão do TSE que ignorou provas consistentes sobre o abuso nas eleições de 2014, dando uma decisão eminentemente política, esquecendo-se da relevância do tema. O ministro Gilmar Mendes, que desempatou o caso, disse que, se o presidente tivesse sido cassado, o país estaria, de novo, envolvido num período de incertezas. Faz sentido, mas qual a certeza que há, agora, com um presidente frágil, obrigado a negociar ponto a ponto com uma Câmara e um Senado também cheios de problemas?

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As pautas têm que andar, pois não dá para o país ficar a reboque de tantas crises, sob o risco de perder a chance de retomar o aquecimento da economia, que dá seus primeiros sinais. Mesmo com tanta judicialização, é fundamental dar curso às reformas, especialmente a trabalhista, ora na agenda, para garantir ao setor produtivo uma regra de trabalho adequada aos novos tempos, e não uma CLT elaborada em 1943, quando os tempos, o país e as próprias relações de trabalho eram outros.

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