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No mesmo barco

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Terminado o prazo de desincompatibilização dos pré-candidatos às eleições de outubro, ainda não dá para falar com clareza sobre o cenário político que marca o debate tanto na eleição presidencial quanto na votação nos estados. A incerteza prevalece em razão dos acordos não firmados, ora em gestação nos bastidores.

Além disso, várias circunstâncias entram na conta, como a prisão do ex-presidente Lula, o registro de candidaturas que pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e os efeitos da migração partidária. Aqui em Minas, por exemplo, o surgimento da candidatura ao Senado da ex-presidente Dilma Rousseff mexeu no xadrez das alianças por ter sido inesperado. O acordo com o MDB subiu no telhado, mas não descartado ainda, porque o partido tem uma forte atração pelo poder, mas há dificuldades.

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Como as coligações ainda estarão valendo no pleito deste ano, a formação de alianças não é um mero exercício de vontades. Pesam mais as conveniências do que o viés ideológico, que, aliás, sempre passou longe dos palanques. O jogo é jogado num modelo em que a instância política avalia as vantagens, e é aí que surgem os impasses. Todos fazem contas e discutem as possibilidades de vitória nesse ou naquele cenário. Como tudo está aberto, não dá para bater o martelo.

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No meio desse deserto está o eleitor, que também faz as suas especulações de esquina, mas se encontra tão perdido quanto os próprios atores políticos, ressuscitando a máxima de Magalhães Pinto, quando destacou que política é igual nuvem: a cada momento está num lugar. No caso mineiro tem sido assim. Acordos de ontem já não valem hoje e podem ser retomados amanhã. Alguns nomes estão na balança das conveniências.

O fator Dilma e o fator Aécio são os que mais entram na agenda dos gabinetes, pois há vantagens e perdas. No caso do senador, a situação é mais definida: hoje o problema dos tucanos é saber o que fazer com o político que esteve perto da Presidência da República e que hoje tornou-se um estorvo para a própria legenda.

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