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As metas de Haddad

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Quando a economia vai bem, a democracia também tende a seguir o mesmo caminho, daí a necessidade de dar certo o pacote de medidas divulgado, nesta quinta-feira, pelo ministro da Fazenda. O pacote de ajuste fiscal é focado principalmente no aumento da arrecadação e pode fazer com que o Governo federal registre superávit primário neste ano.

No histórico da política, é comum dizer que o Governo deve sempre aproveitar o capital político adquirido nas urnas para tomar as principais decisões, pois em outros tempos vai depender do humor do Congresso e, sobretudo, da percepção das ruas, havendo sempre o risco de adotar políticas pendulares de acordo com conveniências.

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Durante a campanha, o presidente Lula já tinha antecipado que não iria gerar surpresas para o mercado, embora suas primeiras ações apontem para um projeto próprio, apartado dos interesses da Faria Lima – avenida de São Paulo que acolhe as principais lideranças econômicas do país -, por entender que as ações sociais são prioridade.
Podem e devem, mas até mesmo para implementá-las tem que garantir a estabilidade econômica, pois só assim será possível atrair novos investimentos para o país. O Brasil está sob o olhar do mundo, e todos os gestos do presidente estão sob avaliação.

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No caso de domingo passado, a resposta foi positiva e imediata. Os principais players econômicos, por meio de suas lideranças, lhe garantiram a solidariedade que já havia sido demonstrada durante a posse. Dessa vez o apoio foi mais enfático, já que a discussão passava pela garantia da democracia e das suas instituições.

Como o Congresso ainda está em recesso, ainda não é possível avaliar como será o comportamento do Parlamento diante das medidas econômicas do Governo entrante. Muitas das propostas vão carecer de respaldo da maioria parlamentar. Até mesmo a eleição dos membros das mesas diretoras tem papel emblemático nesse processo. O deputado Arthur Lira, que busca a reeleição, é um camaleão. Tinha livre acesso ao então presidente Jair Bolsonaro, mas ensaia boas relações com Lula, a começar pelos atos mais recentes.

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Ele, no entanto, é um dos principais nomes do Centrão, grupo que está no poder desde a democratização e que atua de acordo com suas conveniências. A estabilidade da economia é uma meta, mas a forma como ela será entregue ao Congresso é estratégica, por conta dos custos econômicos que virão para a sua aprovação. Some-se a isso o viés das maiorias. A oposição aumentou o seu poder nas duas casas, o que elevará de patamar as negociações para garantir a maioria.

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