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Correção de rumos

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O Congresso a tomar posse no ano que vem deve ter entre as suas tarefas uma discussão profunda sobre a reforma política e suas consequências na instância eleitoral. Dar fim ao financiamento privado de campanha foi uma medida de meia perna, isto é, cortaram a matriz da corrupção, mas não colocaram nada no lugar. O resultado foram candidaturas de financiamento próprio, tendo vantagem sobre os demais, o que não impediu o caixa dois. A necessidade de uma regra transparente e capaz de garantir a isonomia dos candidatos é prioridade para equilibrar o jogo.

A operação da Polícia Federal, nessa terça-feira (11), envolvendo o senador Aécio Neves, por ter ocorrido uma movimentação em torno de R$ 110 milhões na campanha presidencial de 2014, é um dado relevante. Os partidos, e não apenas o PSDB, usaram e abusaram desse recurso, sobretudo por não haver vedação legal. A questão é que nem todos fizeram tais transações com viés republicano. Como ninguém põe tanto dinheiro numa campanha sem pedir nada em troca, o balcão de negócios tornou-se uma rotina.

Quando teve a chance, há cerca de dois anos, o atual Congresso jogou mal e fez uma reforma mínima, mais eleitoral do que política, o que deixou pendente essa questão. Num ano neutro sem eleições, há possibilidade de articulações mais consistentes para modernizar a política brasileira, sob o risco de, em não o fazendo, serem repetidos os mesmos erros do passado.

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E é aí que há o ponto a ser avaliado. A opinião pública não aceita mais o compadrio na política, pelo qual grupos de interesse ditavam normas para tirar proveito dos recursos do Estado. O lobby pode até ser oficializado, pois dá transparência, mas os acordos devem ser feitos à luz do dia, com foco único no interesse coletivo.

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