É fato que não dá para fazer tal tipo de operação todos os dias, mas aumentar a frequência na operação pente-fino na divisa de Minas com o Rio daria aos juiz-foranos a garantia de que não haverá migração de criminosos para a cidade. Embora as ações das forças federais na capital do estado vizinho tenham sido mais para a plateia do que de fato, ainda há a esperança de uma medida mais dura contra o crime organizado, o que, por decantação, poderia trazer para Juiz de Fora um fluxo indesejável.
Juiz de Fora, pela proximidade e por ser de médio porte, torna-se a primeira opção dos criminosos, daí a importância da vigília permanente das fronteiras. Quando da criação das UPPs no Rio de Janeiro, a PM mineira se preparou para evitar a migração, e deu certo, pois não houve registro de “visitantes em fuga”. Ações aleatórias, como a de quinta-feira, podem ser a saída, e a população agradece.
A segurança pública tornou-se estratégica em todos os sentidos ante o cenário de insegurança que afeta, especialmente, as metrópoles. O noticiário tem sido pródigo em revelar o medo coletivo, que induz a população a se enclausurar em casa, enquanto as ruas são controladas por bandidos. Essa exclusão às avessas carece de um plano nacional, que, por enquanto, está no papel. O presidente da República já fez duas visitas ao Rio nos últimos dias, mas pouco mudou.
Jogar para a arquibancada não é a melhor tática, sobretudo quando o problema salta aos olhos. As atenções se voltam especialmente para o Rio, mas outras regiões vivem situações semelhantes sem que a União, a principal fonte de recursos, perceba que o problema é geral.