Durante a reunião com reitores das universidades brasileiras, para tratar de repasse e, inevitavelmente, da greve que afeta o setor, o presidente Lula teria reafirmado o aporte de R$ 180 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para conclusão das obras do Hospital Universitário de Juiz de Fora. Como era de se esperar, o detalhamento não ocorreu na reunião, mas é necessário que em outra oportunidade, talvez na próxima reunião do Conselho Superior, ele seja feito.
O Governo, em qualquer das instâncias, tem um timing próprio, que nem sempre corresponde às expectativas do setor privado. A ordem de serviço para retomada das obras do HU ocorreu no dia 8 de fevereiro deste ano, mas ainda não se conhece o calendário do projeto, parado há pelo menos dez anos.
O HU tem importância estratégica para a cidade e para a região, por acolher a uma demanda crescente. Ademais, com a desistência do Governo do Estado em concluir as obras do Hospital Regional, ele tornou-se uma referência necessária que precisa ser complementada com os repasses anunciados pela União.
E quando se fala em burocracia dos organismos de Estado, é necessário voltar à questão do Regional, uma vez que o Governo de Minas anunciou a transferência de suas verbas para o Hospital João Penido, em Grama, e outra parte para o HU, que é uma unidade federal. Por enquanto, tal operação também não saiu do papel.
A saúde é uma rubrica importante que carece de investimentos intensivos. Daí, quando se trata de dois hospitais e que acabaram virando apenas um, é fundamental cobrar também dos políticos um passo mais ligeiro para execução das obras.
É fato que nos dois casos, houve uma espera de mais de uma década, e um dia a mais, um dia a menos podem não fazer diferença. No entanto, são questões que precisam de cobranças permanentes, já que a burocracia de Brasília desconhece o que se passa nos municípios.
É fato que a ministra da Saúde, Nísia Trindade esteve em Juiz de Fora no final de maio para receber a Comenda Halfeld e inaugurar uma Unidade Básica de Saúde, mas quando se fala de um hospital do tamanho do HU a discussão deve permanecer na pauta.
Perto dos 600 mil habitantes, Juiz de Fora acolhe pacientes de toda a Zona da Mata e também do Rio de Janeiro. Isso significa um movimento de quase dois milhões de pessoas que procuram a rede hospitalar pública e privada, que deram resposta positiva durante a pandemia.
Tal fluxo continua, o que implica na conclusão das obras do HU no menor prazo possível, para evitar possíveis gargalos. Por enquanto, não há esse risco, mas quando se trata de saúde, tudo é possível e é melhor ter os serviços à disposição do que a sua falta.