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Etapa vencida

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O termo de dação anunciado pela Prefeitura para a construção do Hospital Regional fecha uma etapa das negociações, pois, até então, o município teria um débito de milhões com o Estado. Dessa forma, a operação é zerada, e fica única exclusivamente nas mãos do governador Romeu Zema a retomada das obras. Sua última fala sobre o assunto ocorreu durante visita a Juiz de Fora, ao lembrar que os recursos para o projeto viriam da indenização da Vale do Rio Doce, multada pela tragédia de Brumadinho. O repasse já foi aprovado pela Assembleia, mas não há data para reinício dos trabalhos, embora o próprio governador tenha dito reiteradamente que antes do fim da atual legislatura o canteiro de obras de Juiz de Fora seria reocupado.

Quanto à inauguração, a questão fica mais complicada ainda, pois não se sabe, sequer, sob qual modelo de gestão os hospitais regionais de Minas vão funcionar. Se depender do governador, caberá à iniciativa privada administrá-los, mas essa discussão ainda não foi colocada à mesa. Recentemente, quando se falou na terceirização da gestão do Hospital João Penido – também do Estado -, a grita foi geral, com protestos de toda ordem encaminhados pelos servidores. No caso do Regional, essa pauta ainda não existe, embora seja importante já começar a sua discussão.

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Construir um hospital é o menor dos problemas, sobretudo quando se sabe que o gargalo da rede pública hospitalar se situa no custeio. Pela dimensão e pelo alcance de seu atendimento com viés regional, será um projeto de alto e permanente custo. Essa, pois, é a discussão principal que sequer foi iniciada.

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Com obras paradas há cerca de dez anos, os hospitais regionais de Minas tornaram-se um estorvo, mas não faz sentido, agora, recuar na sua construção ante o que já foi gasto. Com o termo de dação oficializado pelo município, dependendo apenas de autorização da Câmara, mais uma etapa está sendo cumprida. No entanto é praticamente impossível a conclusão ainda este ano, que é também o último da legislatura.

O governador é candidato à reeleição e corre o risco de ficar sem discurso se não fizer nenhuma ação no empreendimento. Um de seus motes de campanha era concluir o que seu antecessor, Fernando Pimentel, tinha deixado para trás. Este, também usou o mesmo discurso, mas não houve avanços. Por isso, Zema tem que sinalizar claramente o que será feito para não repetir as falas do mandatário petista, com quem, aliás, já vem trocando as primeiras farpas pelas redes sociais.

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O eleitor, no entanto, está distante dessa bola dividida, preferindo olhar a campanha como um momento não só de propostas, mas também de realizações. As pesquisas recentes ainda apontam um distanciamento das urnas, mas chegará um momento em que as ações e as inações serão colocadas em pauta. E aí quem fez e quem deixou de fazer terá que se expor.

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