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Dever de casa

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Ao que tudo indica, os prefeitos, pelo menos os eleitos no ano passado e boa parte dos que renovaram o mandato, caíram na real: se não houver corte de gastos e redução de outras despesas, a máquina pública vai emperrar, como já acontece em vários estados e municípios, nos quais a lógica “gastar menos do que se arrecada” não foi seguida. Regiões ricas como Minas e Rio de Janeiro estão, hoje, de pires na mão, dependendo de acordos com a União para fecharem suas contas. No vizinho estado, o governador Luiz Fernando Pezão vai a Brasília para tentar salvar seu governo; em Minas, o titular, Fernando Pimentel, se recusa a conversar com a área econômica, como se estivesse à espera de um acordo coletivo sem precisar apelar ao presidente Michel Temer, inimigo número de seu partido, o PT.

No caso dos municípios, a situação se agrava, pois é para as portas das prefeituras que a população corre na busca de soluções, e nem todos fizeram o dever de casa. Em Juiz de Fora, louve-se, o prefeito Bruno Siqueira, ao reafirmar princípios econômicos de austeridade, como a Tribuna divulgou ontem, repete a mesma estratégia do primeiro mandato. E, por conta disso, fechou o ano com os pagamentos em dia e conseguiu, por meio de realizações, reverter a rejeição que permeou o primeiro semestre do ano passado, dando alento aos adversários de campanha, certos de que a administração não iria reverter o jogo.

É fundamental, porém, que os ajustes não sejam voltados para os palanques, mas para corrigir as claras distorções nos poderes públicos do país. Enquanto não houver redução de gastos, não haverá meios de investimentos, criando-se, pois, um cenário em que os administradores apenas enxugam gelo, sem meios de cumprir, sequer, promessas de campanha.

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A economia mundial acena com melhores dias, e as commodities tendem a ter preços mais atraentes, de acordo com previsões do Banco Mundial. Trata-se de uma composição positiva para o país, que hoje tem apenas no agronegócio um elenco de boas notícias. Mas, para aproveitar esse possível novo ciclo virtuoso, tem que estar com a casa em ordem. Caso contrário, ficará apenas na plateia vendo os países que tomaram providências retornarem aos trilhos.

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