Durante anos, usuários da MG-353 pediram a construção de uma rodovia que tirasse o trânsito regional do Bairro Grama, com sua dezena de quebra-molas, por ser um problema que afetava não só a mobilidade, mas também comprometia a movimentação no bairro, sobretudo com a passagem de carretas. No Governo Fernando Pimentel foi concluída a ligação entre a BR-040, na altura da Barreira do Triunfo, e a MG-353, no distrito de João Ferreira. Faltava o trevo, nas proximidades da Mercedes-Benz, que foi improvisado para efeito de inauguração, mas só agora, em meados do ano, concluído.
A rodovia, de 15 quilômetros, envolveu por vários desafios, sobretudo ambientais, por passar numa região marcada por minas da Represa João Penido, o segundo maior manancial de água de Juiz de Fora. Algumas medidas de segurança foram tomadas, mas a preocupação persiste.
Na edição desta quarta-feira, a Tribuna, em matéria da estagiária Elisabetta Mazocoli, sob supervisão do editor Eduardo Valente, apontou uma outra questão: a situação da via. A despeito de ter sido inaugurada em 2018, em diversos trechos, ela se tornou um autêntico queijo suíço, agravados por depressões e erosões, que colocam em risco não apenas os usuários, mas também o próprio lençol de água em seu entorno. Além disso, já ocorreram acidentes graves, um deles resultando na morte de um motociclista. O DER disse, em nota, que o trecho passou recentemente por recapeamento e prometeu recuperar a sinalização.
Quando se fala no desenvolvimento regional, uma das pautas envolve necessariamente as vias de acesso, sobretudo para escoamento da produção. A ligação entre a BR-040, uma via federal de tamanha relevância, e a MG-353, que dá acesso ao Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, entre as cidades de Goianá e Rio Novo, é parte de um projeto mais amplo, que prevê a implementação de medidas na via estadual, a fim de garantir ao terminal aéreo a possibilidade de passar por um upgrade e ganhar a condição de aeroporto industrial, sobretudo por sua proximidade com um dos mais importantes polos moveleiros do país.
Hoje, já há uma demanda importante de passageiros que utilizam duas empresas aéreas com voos para o Estado de São Paulo, mas o trânsito é um problema. A concorrência com carretas tornou-se uma questão a ser discutida com o DER. Os diversos fóruns envolvendo lideranças políticas, empresariais e comunitárias, para discutir projetos regionais, apontam para a importância da acessibilidade.
Por isso, quando se cobra a revitalização da AMG 3085, está implícita a necessidade de a recuperação envolver as vias principais. Só assim será possível garantir à Zona da Mata a possibilidade da tão esperada recuperação econômica.