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Não aprendem

editorial moderno
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O protesto das ruas ao retirar o mandato de vários atores políticos demonstrou a insatisfação do eleitor com o trabalho parlamentar, mas ainda insuficiente para sanar velhos vícios do poder. A prisão de agentes públicos no Rio de Janeiro, alguns deles com mandato renovado, e aqui em Minas do próprio vice-governador, Antônio Andrade, indica que ainda há um longo caminho a ser trilhado, sobretudo pelo descaramento de alguns desses personagens, que há pouco menos de um mês estavam em cima dos palanques, ou em visita às comunidades, pregando moralidade na política.

O pente-fino das urnas foi um recado importante, pois é fundamental o entendimento de que o mandato, como o próprio nome indica, é uma procuração dada pelo eleitor para representá-lo, e não para fazer dessa missão um projeto pessoal, voltado para ganhos fora do viés republicano. A corrupção tornou-se endêmica, e seu enfrentamento será uma missão árdua, mas que não pode sofrer solução de continuidade.

A matriz desse lamentável cenário está na impunidade. Boa parte dos implicados em atos de corrupção se considerava acima da lei, sob o entendimento de que tudo podia sem correr riscos de punição. Nesse aspecto, a Lava Jato foi exemplar, por apontar que o andar de cima e os agentes públicos não ficariam ilesos em investigações.

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Embora não se deseje um estado policial, pois não é esse o viés da democracia, é fundamental o aperfeiçoamento da legislação, que ainda contém brechas, sobretudo na sua parte processual. Envolvidos em atos ilícitos fazem uso do capital para contratar boas bancas e se livrar das penas e é essa torneira que deve ser fechada, embora, ressalte-se, todos devam ter o pleno direito de defesa até a condenação definitiva estabelecida pelos tribunais.

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