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Mundo polarizado

editorial
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O conflito no Oriente Médio, inaugurado pelo grupo Hamas com um ataque em massa a Israel no fim de semana passado, e a reação dos israelenses sitiando a Faixa de Gaza, além de toda a tragédia registrada, tornou-se também uma questão política. Nos Estados Unidos, grupos a favor de Israel enfrentaram militantes defensores da Palestina. No Brasil, as redes sociais estão repletas de discursos sobre o mesmo tema. Na sessão de segunda-feira, na Câmara Federal, os deputados Lindbergh Farias (PT) e Carla Zambelli (PL) protagonizaram um bate-boca que só não terminou nas vias de fato por causa da ação de terceiros.

O presidente Lula está sendo questionado por, a despeito de lamentar as mortes – entre elas a de dois brasileiros -, não ter condenado o Hamas em momento algum de sua fala. Tal postura foi para os palanques digitais explicitando, de novo, o enfrentamento que se ensaia para as eleições do ano que vem. Aliás, ele começou já nas eleições para os conselhos tutelares, quando representantes da direita e da esquerda defenderam seus candidatos mesmo sendo os conselhos, em princípio, apartados do jogo político.

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O embate entre seguidores do atual presidente e do ex-presidente da República mostra, de novo, a ausência de candidatos de Centro capazes de apontar para o caminho do meio. Embora a eleição seja municipal, há um forte apelo do viés ideológico nacional que se mantém forte mesmo um ano depois das eleições de 2022. E nesse embate, não surgem os nomes dos demais candidatos que se apresentaram como terceira via no ano passado.

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O ex-ministro Ciro Gomes faz os primeiros ensaios retornando às redes sociais. O ex-governador de São Paulo, João Dória, voltou à cena política com um pedido de desculpa ao presidente Lula por conta do que falou dele na disputa passada. Não há indícios de ser player da disputa municipal da capital paulista que será, provavelmente, definida entre os dois polos.

Em Minas Gerais, já reconciliado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador Romeu Zema disse que estarão no mesmo palanque das eleições municipais embora ainda não haja um nome definido. A questão envolve o próprio partido do governador, que tem planos de candidatura própria na capital. A não ser que a aliança seja adotada apenas num eventual segundo turno como, aliás, ocorreu no pleito nacional.

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Não há surpresa nesse processo, pois faz parte do jogo. A questão envolvendo a terceira via é que seus atores ainda não perceberam que o que está em jogo não são apenas as cadeiras das câmaras municipais e das prefeituras. O que está em pauta é 2026, mesmo com Bolsonaro inelegível. Se mantiver o mesmo afastamento, o dito Centro Democrático estará, de novo, fadado ao fracasso.

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