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Apoio em discussão

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A cada pleito, os políticos cumprem o ritual do apoio, isto é, fechadas as urnas, definidos os finalistas, os que ficaram para trás se fecham em reuniões para avaliar os resultados e definir a quem devem apoiar no segundo turno. Não está sendo diferente este ano. Os partidos avaliam suas possibilidades, mas estabelecem condições, sobretudo quando estão envolvidos em eleições estaduais com candidatos a governador.

Aqui em Minas, os finalistas Romeu Zema (Novo) e Antonio Anastasia (PSDB) vivem o mesmo dilema. O jovem empresário chegou a dizer que não recusaria apoio de Fernando Pimentel, mas seu partido rejeita o PT sob todos os aspectos na disputa nacional. Já o tucano Antonio Anastasia assiste ao PSDB, mais uma vez, adotando o muro como referência e liberando sua bancada sem se posicionar. Ele se mantém em silêncio, mas seu vice, Marcos Montes, já sinalizou voto para Bolsonaro.

Tais dilemas fazem parte da democracia e são parte do jogo, mas é também uma oportunidade única para os dois candidatos mudarem a velha prática do toma lá dá cá que se materializa nesses momentos. Os partidos distantes do viés ideológico aproveitam tais ocasiões para apresentar uma pauta que não tem qualquer referência com as ruas. Pedem ministérios e cargos nos demais escalões. Essa é a matriz da corrupção que precisa ser enfrentada pelos atores políticos, a fim de dar cabo ao velho processo de fins justificarem os meios.

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Com 32 legendas no futuro Congresso, os candidatos tendem a cair em tentação, certos de que, após a posse, vão precisar desses parceiros para governar, mas não faz sentido atender a todo tipo de barganha para conquistar as ruas. A transferência de votos, sobretudo num cenário de polarização, nem sempre é formulada por orientação dos partidos. As ruas agem por conta própria, bastando ver os resultados do primeiro turno, quando o eleitor surpreendeu até mesmo os institutos de pesquisas com suas opções.

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