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Sistema em crise

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Empresas do transporte coletivo perderam milhões de passageiros, mas não podem depender única e exclusivamente da cobrança das passagens

Divulgado na última terça-feira, o Anuário 2021/2022 da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos revela que, na comparação entre antes da pandemia, em 2019, e o atual momento, os ônibus urbanos no Brasil deixaram de transportar 10,8 milhões de passageiros, significando uma perda de R$ 27,8 bilhões. Boa parte desses usuários migrou para o modal ferroviário, outros, para os aplicativos, mas uma expressiva parcela perdeu o emprego em decorrência da Covid. De acordo com o presidente da associação, Francisco Cristovan, são necessários contratos compatíveis com a nova realidade.

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O anuário tem outros dados, mas os números iniciais ajudam a entender a crise no setor e os desafios que estão pela frente. Os municípios precisam modernizar seu sistema de transporte, a fim de garantir seu funcionamento de acordo com as expectativas ou as necessidades dos passageiros. Em Juiz de Fora, são quase diárias as queixas ante a qualidade do serviço que é oferecido à população. A modernização da frota é uma necessidade. De acordo com o anuário, em 1997, a idade média dos ônibus era de 3,93 anos. Hoje, há veículos que já deveriam estar fora de linha ainda circulando

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A mobilidade deve ser uma discussão permanente dos governos, sobretudo por conta de seu papel social e na economia. Nos países desenvolvidos, o sistema é subsidiado, pois há muito tempo perdeu sentido sustentá-lo com base única na tarifa. Por esse modelo, quando ocorre uma queda tão expressiva de passageiros, como aponta a associação do setor, o prejuízo é imediato, e passar o ônus para quem utiliza o sistema, com o aumento das tarifas, é impossível.

Um novo marco legal dos transportes deve ter em pauta a adequação do segmento à própria realidade das cidades e a modernização do seu gerenciamento. Em alguns municípios, as prefeituras, além de subsidiarem o sistema, ainda repassam um auxílio para custeio das gratuidades. Essa é uma discussão antiga, pois a instância política vira e mexe privilegia uma determinada categoria sem avaliar as consequências. Quando se dá a gratuidade sem fonte de financiamento, a conta não fecha. Uma das pautas é a revisão do excessivo número de benefícios.

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Com o avanço tecnológico, as empresas também carecem de modernizar suas ações. Em Juiz de Fora, a discussão em torno dos trocadores não avançou. Os defensores de um novo modelo esbarram no viés social do desemprego de uma expressiva categoria, mas essa discussão tem que estar à mesa, a fim de se encontrar uma alternativa que não implique, necessariamente, o desemprego em massa de tais operadores.

Nesse novo cenário, várias categorias de trabalhadores foram substituídas. As longas e intermináveis filas nos bancos são coisa do passado, e até o caixa eletrônico está com seus dias contados por conta dos aplicativos.

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A pós-modernidade tem imposto desafios intensos ao mercado de trabalho, que tem, necessariamente, que garantir o direito de subsistência na competição ante as novidades digitais. Num mundo tão conectado, é fundamental investir na especialização dos próprios atores do mercado de trabalho, para que não sejam simplesmente substituídos, e sim adaptados às novas realidades.

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