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O que necessário fazer

editorial
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Está correto o diagnóstico do vice-governador de Minas, Mateus Simões, sobre a Zona da Mata, região que, como ele destacou, era, há cem anos, a principal e única área industrializada de Minas Gerais. O seu desenvolvimento posterior é marcado por indagações, uma vez que, ante a pujança do século passado e o status atual, há diferenças abissais, Ele também tem razão ao apontar que parte dessa desidratação econômica se deve à desindustrialização de Juiz de Fora nas últimas décadas.

As observações do vice-governador coincidem com outras análises retiradas dos diversos fóruns de discussão realizados na cidade pelas quais já se constatou que a retomada carece de envolvimento coletivo dos segmentos públicos e privados e da busca de vocações. A Zona da Mata é um dos principais polos de serviço do estado, o que envolve educação e saúde, duas áreas estratégicas do município. Isso só, porém, não basta, já que o entorno também precisa ser contemplado com projetos que garantam o seu crescimento.

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De acordo com Mateus Simões, o poder público, incluindo o estado, deve apostar em valorizar vocações econômicas locais. E é aí que entra o Governo de Minas, como ele bem destacou. Feito o diagnóstico, é necessário que o Estado também apresente suas metas para a região, já que demandas não faltam.

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Para facilitar a industrialização de Juiz de Fora e de seu entorno é vital que sejam feitos investimentos em infraestrutura. Não é de hoje que se discute, por exemplo, o acesso ao Aeroporto Presidente Itamar Franco, que pode se tornar um ponto de escoamento da produção industrial. O problema é o acesso e uma ligação eficiente com o Porto Seco, outra ponta para o desenvolvimento. No momento em que o Governo anuncia a recuperação dos milhares de quilômetros das rodovias que cortam Minas, a ligação entre Juiz de Fora e Goianá ainda é precária sobretudo para veículos de grande porte.

Professor de carreira e um dos quadros mais qualificados da gestão Zema, o vice-governador conhece a realidade da região. Sem acesso seguro não há investimento. Até mesmo a ligação com Ubá, outro município estratégico por ser um dos mais importantes polos moveleiros do país, é precária. Na edição de domingo, a Tribuna destacou os riscos da MG-133 que só este ano já registrou o mesmo número de acidentes que todo o ano de 2021. Assim como a MG-353, com quem faz confluência na altura de Coronel Pacheco, ela também carece de ações do programa encetado pelo Governo de Minas.

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Há avanços. Juiz de Fora tem sido contemplada com diversos projetos industriais e tecnológicos, mas de nada adianta se o seu entorno continuar na retaguarda do desenvolvimento, só superando o Vale do Jequitinhonha.

A proximidade com o Rio de Janeiro tem virtudes e defeitos. Ser divisa é importante para os negócios com um dos centros mais ricos do país. Poroutro lado, a mazela passa pelo êxodo dos muitos projetos que cruzaram o Paraibuna e foram se instalar no estado vizinho, fruto de uma insana guerra fiscal que, com a reforma tributária, espera-se ser resolvida.

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