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Perigo na estrada

editorial
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A empresa que vencer a licitação aberta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para conservação e recuperação de 91 quilômetros da BR-267, entre os quilômetros 213,2 a 304,2, terá o desafio de dar fim à série de problemas que marcam a rodovia que corta Juiz de Fora e liga a região de Leopoldina até o Sul de Minas.

Nesta edição, a Tribuna destaca o drama de famílias afetadas por acidentes nas duas pontas – tanto para o Sul quanto para Leopoldina – que só na semana que terminou culminaram em seis vítimas fatais. São números graves para uma via cuja demanda é bem menor do que outras de maior movimento como a BR-040. Com sua etapa em direção a Caxambu inaugurada no final dos anos 1970, a BR-267 mudou a realidade da região, pois inseriu as cidades por ela cortadas no cenário econômico. Até então, o acesso a Caxambu só era possível passando por São Paulo ou por São João Del Rey. O circuito turístico das estâncias hidrominerais e do Parque de Ibitipoca também foram privilegiados, daí a sua relevância.

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No entanto, o tempo passou e a zeladoria, pelo próprio quadro que se apresenta, ficou em segundo plano, uma vez que o Dnit não fez a sua parte. O contrato anunciado no edital publicado nesta segunda-feira, envolve recursos da ordem de R$ 41, 5 milhões e estabelece que a vencedora, por um período de 29 anos, terá que garantir boas condições de trafegabilidade e segurança, bem como a conservação do trecho.

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Como não é uma via pedagiada, a vencedora terá que executar o serviço de acordo com o contrato, o que sinaliza que nem todas as demandas serão resolvidas. A BR-267 é uma rodovia de pista simples, não havendo qualquer separação de pistas por meio de proteção, como na BR-040, no trecho entre o Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Quando se trata de segurança seria fundamental implantar tal separação.

Entre Juiz de Fora e a BR-116 (Rio-Bahia) a situação é mais crítica, não apenas pela falta de áreas de escape e separação de pistas, mas também pela sinalização precária e, sobretudo, por frequentes buracos., que obrigam os usuários a verdadeiros “zig-zag” com consequências graves, como os muitos acidentes que resultam em mortes.

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Além da segurança, a qualidade da via é estratégica para a economia da região, por escoar a produção de boa parte dos municípios da Zona da Mata. As estradas secundárias têm na BR-267 o seu curso final.

A Tribuna acompanha essa situação há anos e, por mais de uma vez, alertou sobre a qualidade da via. Quando construída, a concepção anunciada pelo antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) era de uma rodovia capaz de encurtar distância e facilitar o desenvolvimento da Zona da Mata e do Sul de Minas em razão das conexões por ela oferecidas.

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De fato, o cenário mudou, mas até mesmo as rodovias precisam de atualização ante o aumento constante do tráfego. Só dessa forma será possível manter a vocação econômica e assegurar que os usuários terão a segurança necessária para cumprir o seu percurso. E é o que não está ocorrendo.

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