Ao se confirmarem as projeções do ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, para as estradas federais de Minas, é possível ver a luz do fim do túnel. Na conversa com cerca de 30 deputados, na semana que termina, ele disse conhecer todas as demandas e acentuou que vai resolvê-las. Ele pretende reduzir os riscos da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, chamada de estrada da morte, e da BR-040, prestes a passar por um leilão no dia 28 de fevereiro de 2024.
Para o juiz-forano, a ligação com a capital deve ser prioridade, já que a rodovia, embora já esteja privatizada há pelo menos dez anos, ainda carece de uma série de investimentos. E o custo não é baixo. A Via 040, que atua de forma provisória até o leilão, não teve viabilidade financeira para cumprir os principais termos da concessão. A rodovia deveria ser toda duplicada, e as pistas, separadas por muretas, como ocorre no sentido Rio de Janeiro. Em Santos Dumont, os viadutos seriam duplicados ou seria buscado um trecho alternativo. E o ponto mais crítico – entre Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte – teria investimentos para a retirada dos caminhões das mineradoras.
Pouco ou quase nada foi feito, o que aumenta o desafio colocado à mesa do ministro. Como foi dito pelos políticos – leia nota no Painel -, criou-se um clima de otimismo, mas isso só não basta. Vários governos prometeram providências, mas estas não saíram do papel por diversos fatores, inclusive jurídicos quando se trata de contratos.
O peso da delegação deve ter influência na burocracia oficial, já que a bancada mineira é a segunda maior no Congresso, ficando atrás apenas da de São Paulo. Com tal respaldo, é possível aumentar o pleito e exigir a implementação dos projetos no menor prazo possível.
São demandas em caráter de urgência, uma vez que não dá mais para esperar. Todos conhecem os problemas e sabem das soluções, daí, a meta, agora, é definir licitações e implementar obras, a fim de garantir um trânsito seguro.
Como a Tribuna reiteradamente já disse nesse espaço, o atual cenário é de extrema preocupação, pois vira e mexe uma carreta das mineradoras está envolvida em algum tipo de acidente. O prejuízo, inclusive com a perda de vidas, fica, em sua maioria, com os veículos de passeio, que vivem uma perversa convivência com os veículos pesados por pelo menos 80 quilômetros.
A prefeita Margarida Salomão também levou a Renan, em outras ocasiões, os pleitos em torno das rodovias federais que passam pela cidade. São os casos da BR-440, perto de passar provisoriamente para a jurisdição do município – ainda não se pode falar em municipalização – e a Avenida Brasil, que em sua margem esquerda faz parte do complexo viário da BR-267. Em meados do ano foram anunciados investimentos em recapeamento de pistas e até mesmo implantação de uma ciclovia.
Não é por falta de demanda e esforço que o Governo ainda não colocou a mão na massa ou emitiu ordens de serviço. Tanto a visita dos deputados quanto os pleitos da prefeita, que, aliás, está em mais uma jornada em Brasília, são vitais para exigir as ações que se fazem necessárias. A este grupo podem se somar outras representações, por tratar-se de questões que não se esgotam no mandato ou na ideologia. São próprias da população, já cansada de tanto esperar por soluções.