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Avisos da natureza

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A COP27, evento que ocorre no Cairo, é vista como um debate apartado das demandas nacionais, como se o país, do outro lado do Atlântico, não tivesse nada com isso. Na verdade, o Brasil é um dos centros de atenção por conta de sua relevância ambiental, sobretudo por ter em seu território a maior floresta tropical do planeta. Todos querem ouvir, especialmente do próprio Governo, o que pretende fazer para mitigar os problemas ambientais, como também se mostram dispostos a transferir recursos para esse processo de proteção. A Noruega foi um dos primeiros a avisar que voltaria a investir no país ante a mudança de gestão.

No entanto, a discussão climática não é um tema apenas de governos e de organizações não governamentais ligadas à questão. Ela tem interferência direta na vida da população por contra do descontrole do tempo que se tornou uma situação cada vez mais recorrente. Em pleno novembro, quando o inverno já se foi há pelo menos dois meses, uma onda de ar polar chegou ao país. Na Europa, algumas regiões registram estiagens que só tinham sido vistas na Idade Média e o calor ultrapassa os índices considerados razoáveis, amplificando cada vez mais o ciclo de queimadas.

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No Hemisfério Sul – como já foi discutido neste mesmo espaço – o descontrole não é diferente. A estação das chuvas tem dado indicativos preocupantes por conta da sua intensidade. Na última terça-feira, a Zona da Mata teve vários municípios em estado crítico, e na cidade de Piraúba um idoso morreu após seu carro ter sido atingido por um muro que desabou.

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Além disso, as imagens, que em tempo real circularam pelas redes sociais, apontaram para um cenário de medo, com inundações resultado dos temporais que vieram acompanhados de granizo. É fato que o período de chuvas está em pleno curso. A intensidade, não. Ademais, esse é apenas o começo, pois os temporais mais intensos costumam ocorrer nos meses de janeiro e fevereiro. A Conferência do Clima é um alerta global para uma questão forjada pelo próprio homem, uma vez que, a despeito de tantos alertas, pouco tem sido feito, sobretudo para dar respaldo aos países mais pobres.

O jornal “Valor Econômico chama a atenção para as consequências do desequilíbrio do clima. “A mudança climática está derretendo rapidamente as regiões mais congeladas do mundo e que, até 2050, todo o gelo marinho do Ártico no verão desaparecerá, alertam pesquisadores em relatório divulgado pela International Cryosphere Climate Initiative (ICCI)”. É um dado preocupante, pois as consequências serão graves para o planeta.

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Os governos terão que atuar em pelo menos duas frentes: a de prevenção, com ações para enfrentamento às mudanças do clima – especialmente enchentes -, e investimentos, a fim de garantir que os diversos setores façam a sua parte para reduzir, especialmente, a emissão de gases. A população também deve alertada para cumprir a sua parte, que se realiza desde ações simples, como o descarte controlado do lixo, a ocupação de áreas de risco, pois, ao fim e ao cabo, se não seguir regras, ela própria ficará com a conta.

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