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GESTOS DE INTOLERÂNCIA

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A agressão a um jovem de 17 anos sob o viés de homofobia, como indicam as primeiras apurações, demonstra o quanto ainda é preciso andar para mudar a postura da sociedade, hoje ainda marcada por gestos de intolerância. Não se trata de ato isolado, como se tenta crer, uma vez que outras ocorrências já foram registradas. Neste caso em particular, teria havido a participação de mulheres, uma delas já admitindo o ato, mas negando ter sido por razões homofóbicas. O inquérito já em andamento será fundamental para esclarecimento.

A ocorrência na Zona Norte da cidade indica os paradoxos das metrópoles. Juiz de Fora foi um dos primeiros municípios do país a adotar uma legislação de combate à intolerância, com a aprovação da Lei Rosa, mas, ao mesmo tempo, nunca deixou de registrar gestos de violência contra a comunidade gay. Oficialmente, não há rejeições; nos bastidores, porém, o preconceito continua marcando relações, mesmo ante claros avanços dessa mesma sociedade.

O trato com a diferença ainda é um desafio a ser vencido, pois ainda há ranços históricos que precisam ser superados. Não apenas em relação aos gays mas também a outros segmentos, as discussões são tímidas, quase sempre em compartimentos estanques, sem uma sólida política oficial de combate ao preconceito.

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Trata-se de um longo caminho, que deve ser trilhado sem indícios de recuo, pois só assim será possível mudar o perfil dessa mesma sociedade, hoje carente de unidade para enfrentar demandas muito mais importantes que marcam o seu cotidiano.

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