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Exemplos de superação

editorial
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Na solenidade de encerramento dos Jogos Paralímpicos, o presidente do Comitê Organizador da Paris 2024, Tony Estanguet, disse que o nadador brasileiro Gabriel Araújo (Gabrielzinho) foi uma das coisas magníficas que aconteceram durante os jogos. E tem razão. Único atleta brasileiro a ser convidado a participar do programa local de maior audiência entre Jogos Olímpicos e Paralímpicos, da France2, principal televisão do país, Gabriel Araújo foi apresentado como o “Pelé das piscinas brasileiras”.

Antes mesmo da competição começar ele já era conhecido do público francês. O vídeo mostrando seu treinamento chamou a atenção pela abnegação do jovem de 22 anos, nascido em Minas – com treinamentos no Clube Bom Pastor de Juiz de Fora – confirmando a fala de Estnaguet: foi, de fato, magnífico.

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Mas não é algo simples. Nadador da classe S2, atletas com falta de coordenação motora de alto grau no tronco, nas pernas e nas mãos, e de baixo grau nos braços, ele conquistou três medalhas de ouro, projeto que se impôs quando deixou as piscinas de Tóquio, em 2021, quando ganhou dois ouros e uma prata.

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O Brasil bateu todos os recordes de medalhas e ficou numa inédita quinta posição, indicando que Gabrielzinho e os demais atletas são uma referência esportiva e também de vida, pois, além de superarem todos os limites no esporte, não se rendem às suas limitações.

Quando visitou a Rede Tribuna, para gravar um podcast na Rádio Transamérica Juiz de Fora, Gabrielzinho antecipou sua performance. Mais do que isso, porém, mostrou a confiança na sua equipe, especialmente no seu técnico, e, sobretudo, em si mesmo. Foi um discurso pedagógico, que deve servir para os demais atletas em todas as categorias e para os demais, que se entregam ao primeiro obstáculo.

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Também na Rádio Transamérica, o professor Anderson Occhi destacou a postura dos atletas de alto rendimento, sobretudo os portadores de deficiência. Não desistem nunca. “Se o limite é aqui, eles vão muito mais do que o que está estabelecido”.

De acordo com o Censo realizado pelo IBGE em 2022, aproximadamente 18,9 milhões de pessoas declararam ter algum tipo de deficiência, o que corresponde a cerca de 8,9% da população. A pesquisa considera pessoas a partir de 2 anos de idade e analisa diferentes tipos de dificuldade.

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Trata-se de uma parcela relevante da população que precisa ser inserida nas políticas públicas. É fato que o Brasil teve avanços importantes, mas é necessário destacar que 47,2% das pessoas com deficiência têm 60 anos ou mais, o que amplia ainda mais essa necessidade.
Os Jogos Paralímpicos, além de apontar para essa situação, são uma lição de vida, já que destacam que é preciso ir além. Esses personagens seguem a máxima do historiador Jean Cocteau: “por não saber que era impossível, ele foi lá e fez”.

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