Ícone do site Tribuna de Minas

Acordos políticos

editorial
PUBLICIDADE

Ao retornar ao Brasil, nesta segunda-feira, o presidente Lula deverá oficializar a nomeação e posse dos dois novos ministros de seu Governo: André Fufuca (PP-MA), para o Ministério do Esporte, na vaga da ex-jogadora Ana Mozer, e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE), para a pasta de Portos e Aeroportos. Na eleição presidencial do ano passado, os dois partidos estavam no palanque de Jair Bolsonaro. No novo arranjo, o presidente também vai anunciar a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, a ser ocupado pelo ex-ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Serão, agora 38 ministérios, número só inferior ao do mandato Dilma Rousseff, que chegou a ter 39 pastas.

Com um Centrão forte, não havia outro caminho para garantir ao presidente uma base capaz de implementar a sua pauta. O grupo, que há anos vem sendo o pêndulo do jogo político no país, mostrou, mais uma vez, que a ideologia não é o seu ponto de partida e sim o pragmatismo político que o tem mantido no poder desde o mandato de Fernando Henrique Cardoso, a partir do já distante 1994.

PUBLICIDADE

Diante da polarização do último pleito, quando se formaram feridas – algumas delas ainda em cicatrização -, a questão é saber a extensão da fidelidade do grupo capitaneado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e pelo senador Ciro Nogueira, que chegou a chefiar a Casa Civil no mandato que terminou em 31 de dezembro de 2022.

PUBLICIDADE

Aliás, o tempo tem mostrado que os atores políticos nacionais têm grande flexibilidade a despeito de suas posturas ideológicas. O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, um dos próceres da direita, ocupou a direção do Dnit no Governo Dilma. Maior nota na história do Instituto Militar de Engenharia, é um dos cotados para disputar a sucessão de 2026.

As eleições do ano que vem serão um momento a ser avaliado na política, em razão dos acordos já firmados pelas bases. O apoio do Centrão ao presidente da República vai implicar necessariamente, em seguir a base governista nos municípios? Tal indagação tem ocupado corações e mentes dos políticos, pois não se sabe os termos de o grupo voltar à Esplanada dos Ministérios. Em nota oficial, o Republicanos já avisou que será independente, uma vez que o convite ao ministro foi pessoal e não ao partido. No entanto, vai votar matérias que considere de interesse do país.

PUBLICIDADE

O modelo político brasileiro é bastante flexível, uma vez que boa parte das legendas tem conflitos internos permanentes. Acordos das cúpulas são firmados apenas em torno do jogo político do Congresso, apartado dos interesses locais. Em razão disso, não raro, políticos de direita, de centro e de esquerda não surpreendem ao serem vistos no mesmo palanque em decorrência de acordos paroquiais.

Nas primeiras articulações municipais, o ex-deputado Charlles Evangelista, ainda filiado ao PP, tem conversado como Republicanos com vistas a um apoio na disputa municipal sob o signo da direita. Coincidentemente, as duas legendas estão ingressando no Governo Lula. E aí, como fica o jogo político em Juiz de Fora; será com base no acordo com o que foi acertado até agora ou valerá o acordo que levou os dois partidos à base do Governo petista? A conferir.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile