A interdição de um bar no complexo Mascarenhas, embora seu proprietário já tenha cumprido as recomendações de segurança, acende a luz amarela, pois, de acordo com o Corpo de Bombeiros, os demais espaços carecem de um projeto semelhante. Via assessoria, a Prefeitura disse à Tribuna que “já existe um projeto elétrico para o complexo e já vem trabalhando na realização de uma nova licitação para elaboração do projeto de combate a incêndio e pânico, uma vez que não houve vencedores no último processo licitatório”. Como não há data para um novo certame, é de se esperar que as providências estejam sendo tomadas no tempo hábil tal a importância do local, tombado pelo próprio município.
Inaugurado em janeiro de 1888, o Espaço Mascarenhas é parte da história de Juiz de Fora. Foi também num mês de setembro, em 1991, que a cidade percebeu sua importância, quando a explosão do reator de uma lâmpada fluorescente iniciou um incêndio que destruiu dois andares do setor ocupado pelo mercado, causando, à época, prejuízo de mais de 500 milhões de cruzeiros. O espaço foi reaberto em 1995, de forma improvisada, mas foi no início da década de 2000 que o conjunto passou por uma repaginação completa no seu paisagismo. Mas até lá, diversos segmentos se envolveram na campanha “Mascarenhas, meu amor”, encabeçada por intelectuais, que foram às ruas, cobrando a recuperação.
A falta de um projeto de incêndio desde 2011 é preocupante, pois, mesmo diante do treinamento dos profissionais, é fundamental prevenir, já que o local abriga pontos importantes da cultura local. Lá também funcionam o mercado municipal e a biblioteca, locais que precisam sempre estar com seus alvarás atualizados para garantir não só a segurança das dependências mas também a dos usuários que passam e que trabalham no local.