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Vacinar deve ser prioridade

editorial
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É de fato preocupante a baixa adesão à vacina contra a pneumonia em Juiz de Fora, como a Tribuna mostrou na edição dessa quarta-feira, com base em dados da Superintendência Regional de Ensino. A adesão na cidade é de apenas 47,78%, considerando o período entre o início do ano e o dia 25 de julho. Até março, 48,4% das crianças com um ano tinham recebido a dose. A adesão de meninos e meninas com menos de uma no foi ainda menor: 44,01%.

O mundo passou por um dos momentos mais críticos da sua história com o surgimento do vírus do coronavírus e só conseguiu virar o jogo com a produção em tempo recorde de vacinas. O dilema entre tomar ou não o antídoto dominou o noticiário, e, a despeito dos resultados, ainda há fortes segmentos de resistência. Alguns, por desconhecimento, mas uma expressiva parcela por razões religiosas, ideológicas ou por achar que não vale a pena ser vacinado. Na fase mais aguda da doença a resistência caiu, mas ainda há o que não fazem a relação vacina e queda dos números.

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Em algumas regiões, a confusão entre liberdade e necessidade acabou alterando os números, já que surgiu o entendimento de que a vacinação deve ser feita com base no livre arbítrio. De fato, todos são livres para definir sua vida, mas há em foco uma questão substantiva quando se trata de comprometimento da maioria, como ocorreu na Covid.

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No caso da pneumonia, as campanhas devem se voltar, necessariamente, para a importância da imunização, por tratar-se de uma doença com expressivo grau de letalidade. No próprio ciclo da covid, boa parte dos óbitos teve como desfecho final o comprometimento dos pulmões.

A vacina é uma garantia de imunização que não se esgota entre crianças e adultos e idosos. Ela envolve todas as faixas etárias, embora os dois extremos geracionais sejam os mais afetados. A Superintendência considera como meta imunizar 95% da população, o que está bem distante se os números atuais forem levados em conta.

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A conscientização coletiva é a única saída para a virada do jogo, sobretudo pelas consequências da doença que não se esgota nos pacientes. O Sistema Único de Saúde fica sobrecarregado e os postos de saúde não comportam a demanda de doentes, a começar pelo atendimento especializado. Há, além disso, os custos que são próprios do atendimento, especialmente quando a internação ocorre na fase mais aguda da doença. Prevenir é, pois, o melhor remédio.

O País precisa retomar a tradição de ser um campeão de vacinas. O Zé Gotinha incentivou várias gerações a irem aos postos, e os resultados foram formidáveis. Muitas doenças foram extintas e, lamentavelmente, dão sinais de retorno ante a queda da vacinação. A paralisia infantil é a fase mais emblemática desse processo. Antes da vacinação, era uma doença com graves sequelas ou óbitos. Com a vacina, saiu de cena, como a tuberculose, outro flagelo que só agora dá indicativos de retorno.

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A saúde pública é uma das prioridades dos governos e atender às demandas da população uma necessidade, mas esta, por sua vez, também deve estar consciente de seu papel ao ir aos postos e convencer os demais a fazerem o mesmo. Só assim se vira a página da pandemia e das suas consequências. Vacinar contra a Covid e as demais mazelas é uma obrigação.

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