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Novo modelo de cotas

editorial
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Entre os muito projetos em tramitação no Senado Federal, chama a atenção a iniciativa do senador Wellington Fagundes (PL-MT), sob relatoria da senadora Zenaide Maia (PSD-RN), mudando as regras sobre vagas no Legislativo de todo o país. De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, ele estabelece que 30% das vagas devem ser ocupadas, obrigatoriamente, por mulheres. Feitas as contas, a Câmara Federal teria no mínimo 154 mulheres, valendo o mesmo raciocínio para assembleias legislativas e câmaras municipais.

No caso do Senado, o texto determina que no ano em que estiverem em disputa 54 vagas, 27 terão que ser destinadas a mulheres. Na Câmara Municipal de Juiz de Fora, que a partir de 2025 terá 23 vereadores, as mulheres ocupariam no mínimo 7 cadeiras, mas é necessário verificar o princípio da anterioridade. A lei ainda está em tramitação e falta menos de um ano para o pleito municipal.

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A relatora, ainda de acordo com o “Estadão”, considera a proposta relevante e digna de acolhimento, mas sabe que terá que percorrer um longo caminho, marcado por dificuldades forjadas pelos próprios pares. Afinal, não é de hoje que existem movimentos para mudar o modelo de cotas nas casas legislativas. As regras atuais estabelecem que os partidos têm que preencher suas chapas com um mínimo de 30% de mulheres, e nem sempre essa regra é cumprida. Na Câmara Federal tramita em termos finais um projeto anistiando as legendas que, por não cumprirem tal cláusula, foram punidas pela Justiça Eleitoral.

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Desse processo também participaram mulheres que aceitaram o papel de laranja, isto é, foram candidatas apenas para cumprir a cota sem receber qualquer repasse para as suas campanhas. Algumas agiram de boa fé e foram enganadas. A anistia elaborada no Congresso tenta resolver o processo sem qualquer punição aos responsáveis.

Maioria entre a população e também nos colégios eleitorais, as mulheres ainda encontram dificuldades para se representarem em maior número nos parlamentos. Na redação do Enem do último domingo, a invisibilidade de alguns estratos sociais foi um dos temas. As mulheres fazem parte de um deles em razão de não se representarem proporcionalmente nas instâncias de poder.

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Como já foi apontado neste mesmo espaço, a questão inicial é romper a barreira criada pelos próprios partidos. Entre as chamadas grandes legendas são raras as que têm uma mulher no seu comando. Os diretórios também apresentam a mesma formatação. O simples fato de se criar o comitê de mulheres nos partidos é prova de estarem apartadas das decisões.

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