O mapa das estradas brasileiras apresentado pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), na última terça-feira, é emblemático, pois revela situações que o usuário comum já conhece e confirma a falta de investimentos nas rodovias do país, apesar de sua importância para o crescimento econômico e para a política de mobilidade. Boa parte, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, está em situação crítica, sendo meros arremedos do que deveria ser uma via. No Sudeste, o cenário é um pouco melhor, mas nada que possa ser comemorado. Rodovias como a BR-040 e BR-267, que cortam Juiz de Fora, têm situações distintas, mas também encontram pontos em comum.
Privatizada em toda a sua extensão, a BR-040 é o típico caso em que ainda há muito a ser feito. No trecho local, está em excelentes condições, diz o relatório, mas este também observa que até o Rio de Janeiro há uma série de gargalos, especialmente na Região Serrana. Com as obras de duplicação da pista paralisadas por decisão judicial e pela retração nos investimentos da própria concessionária, há claros sinais de precariedade.
Coincidentemente, no mesmo dia em que a CNT divulgava seus dados, um buraco de 30 metros de diâmetro com quase 70 metros de profundidade, na serra de Petrópolis, assustou moradores e usuários, pois colocou em risco a população. As causas ainda estão sendo apuradas, mas as primeiras avaliações indicam que a falta de ações na região foi a principal razão.
A duplicação de acordo com todas as normas, especialmente ambientais, tornou-se uma necessidade, pois não faz sentido um projeto de tal monta ficar paralisado por tanto tempo, comprometendo até mesmo o trabalho executado até agora. Por isso, a ação da instância política é vital para a solução do impasse.
Mas a instância política – e aí vale para os deputados federais e estaduais da região – deve insistir também na busca de ações na BR-267, no trecho entre Juiz de Fora e a BR-116, perto de Leopoldina. Pela pesquisa, ela está em péssimas condições, contrastando com o trecho, da mesma rodovia, entre Juiz de Fora e o Sul de Minas.
Há, pois, várias demandas que precisam sair imediatamente do papel, entre elas o recorrente debate do trecho entre Conselheiro Lafaiete e o trevo de acesso à rodovia que leva a Ouro Preto. Lá, além da qualidade da estrada, há a sempre perigosa concorrência com os caminhões das mineradoras.