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Pesquisa em risco

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Há um falso conceito considerar ser um setor que pode esperar, enquanto há outra prioridades. Trata-se de um equívoco abissal, pois, quando isso ocorre, há um claro descompromisso com o futuro. Os países desenvolvidos se mantêm no topo do ranking porque investem no conhecimento e na busca de novas tecnologias. Aqui mesmo, o agronegócio é a prova mais clara do trabalho dos pesquisadores. O Brasil mudou seu patamar na produção mundial graças às inovações no campo. Tirar o pé do acelerador, agora, é comprometer projetos em curso e o avanço de vários outros setores que também dependem de pesquisas.

A Tribuna mostra a situação da Universidade Federal de Juiz de Fora que, como as demais federais, vive um momento crítico. Para se manter funcionando, tem cortado gastos, impactando diretamente as pesquisas e a qualidade do ensino. É pena, pois nunca o país produziu tantos doutores como nos últimos anos, cujos trabalhos, certamente, darão fruto no médio e no longo prazo. O corte de recursos muda também a rotina dessas instituições e as perspectivas das próprias regiões onde elas estão instaladas. Em Juiz de Fora há uma parceria da UFJF com vários outros organismos, entre eles a Prefeitura, para implantação do Parque Tecnológico. Com tantos cortes, não se sabe, agora, quando o projeto será levantado, a despeito de sua importância para a cidade e para a região. Preocupa, também, o destino dos recursos já alocados caso não haja novos investimentos.

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É fato que o país precisa fazer sacrifícios, mas deve, porém, avaliar as consequências e quais as áreas que carecem, de fato de tais medidas. No mesmo momento em que a tesoura do ministro Henrique Meirelles ameaça projetos, a instância política está às voltas com um fundo partidário de R$ 3,6 bilhões, para financiar a campanha de 2018. O próprio parlamento percebeu o paradoxo e tirou o tema de cena, mas dele não desistiu. Quer jogar para a Comissão de Orçamento da Câmara a saída técnica que o plenário não obteve. Estes recursos ajudariam em muito o país a sair do buraco. Para isso, porém, deputados e senadores precisam ser criativos e definir meios de ir às urnas sem comprometer o bolso da população.

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