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Urgência climática

editorial
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Anfitrião da Cúpula da Amazônia, que ocorre até esta quarta-feira em Belém do Pará, com a participação dos oito países que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o presidente Luiz Inácio Lula anunciou que o Brasil irá zerar o desmatamento na região até 2030 e cobrou de seus vizinhos ações semelhantes. “Acho que minha obrigação é falar para todo mundo que o Brasil fará sua parte. Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. E não vamos fazer na marra. Temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução.”

Trata-se de um grande desafio por conta de todo o histórico da região e das muitas promessas no mesmo sentido feitas ao curso das últimas décadas. A desidratação da maior floresta tropical do planeta é um dado real, o que exigirá, portanto, esforço coletivo, como pregou o presidente. A cúpula é uma prévia da COP 30, elaborada pela Organização das Nações Unidas para tratar das questões climáticas, prevista para 2025 também em Belém. Nesta, o restante do mundo estará presente ante a necessidade de saídas globais para a questão climática.

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No mesmo dia em que o presidente brasileiro convocava seus colegas sul-americanos a uma empreitada para dar fim ao desmatamento, institutos climáticos anunciaram, nessa terça-feira, que o mês de julho deste ano foi o mais quente da história do planeta, registrando um aumento de 1,5 graus, bem acima das expectativas e deveras preocupante.

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A Europa, que durante décadas se postou distante da discussão climática, viveu – e ainda vive – uma experiência pedagógica, com um extremo verão que tende a se repetir daqui por diante. Ao mesmo tempo, o El Ñino, que ganhará força nos próximos meses, deve produzir secas intensas na região amazônica mesmo que aquém das previsões.

Diante de tantos alertas, o mundo precisa reagir e sair dos discursos para ações práticas. O que foi apresentado na Cúpula Amazônica está dentro deste contexto: as propostas foram abaixo das expectativas, embora houvesse avanços, como a própria promessa feita pelo dirigente brasileiros.

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A questão climática precisa ganhar a chancela de prioridade máxima para evitar o chamado ponto de não retorno, isto é, quando não há margem para outras medidas. O que ora ocorre é uma reação da natureza às ações humanas, como o efeito estufa, produto da emissão desmesurada de gases.

Não há mais espaços para a transigência. O mundo vive um momento crítico e exige decisões globais independentemente do viés ideológico, uma vez que todos estamos no mesmo barco. O calor na Europa, as secas na Amazônia e as enchentes na Ásia são provas cabais do descontrole climático.

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Discutir o tema não é mais uma agenda de abnegados – que passaram anos sob o olhar preconceituoso dos demais. Há um dado real a ser enfrentado e cumprir as promessas firmadas nas muitas cúpulas tornou-se uma exigência da própria humanidade.

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