Pelo menos 600 prefeitos dos 853 municípios mineiros, vereadores e demais lideranças políticas e empresariais estão inscritos no 38º Congresso Mineiro de Municípios, que ocorre nesta terça-feira e amanhã, em Belo Horizonte. Será uma pauta ampla, que envolve desde políticas públicas a treinamentos de agentes municipais para atendimento eficiente à população. Governança, sustentabilidade e inovação na gestão pública serão as pautas prioritárias, de acordo com os dirigentes da Associação Mineira dos Municípios (AMM), organizadora do evento.
Pautas como reforma tributária, segurança nas escolas, previdência própria, arrecadação, mandatos e redes sociais, concessões públicas, cidades inteligentes, combate à corrupção e participação da mulher na vida pública também estão entre os mais de 300 temas em debate no 38º Congresso Mineiro de Municípios.
Eventos como esse devem ser uma agenda permanente, envolvendo agentes públicos, ante a necessidade de atualização e troca de experiências. Não faz mais sentido dirigir um município apenas com feeling político, próprio de dirigentes populistas, pois tal postura – a despeito das muitas cópias espalhadas pelo país – se mostra ineficaz. O município deve ser administrado apartado do viés perdulário e com ações marcadas pelo viés ético. Os próprios públicos devem ser gerenciados com amplo zelo.
Na pauta da AMM também se destaca a sustentabilidade. Os municípios, onde as coisas acontecem, devem implementar ações que tenham perenidade, a começar pelas políticas ambientais, cujos reflexos são de médio e longo prazo. Boa parte das tragédias naturais que ocorrem pelo mundo afora tem o dedo humano, muitas vezes, permitido ou liderado por agentes públicos, apartados de propostas que garantam a segurança ambiental.
A sustentabilidade não é uma mera palavra que soa bem aos ouvidos. Ela deve fazer parte de políticas de Estado que começam nos municípios. Não zelar pelo meio ambiente é pactuar com o risco. O país tem sido pródigo em descasos, bastando citar os mais recentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2022, e no litoral paulista, no início deste ano.
O congresso deve ainda tratar de inovação. Também é uma pauta prioritária, pois não há como ficar desconectado do que ora ocorre, sobretudo, no mundo digital. A inovação é fundamental em todas as áreas, destacadamente na saúde e na educação. As cidades precisam estar aptas a receber investimentos que exigem avanços tecnológicos para a sua implantação.
E, nesse aspecto, há muito a ser feito. Na edição desta segunda-feira, o matutino “O Globo” destaca que, a despeito de se aproximar de um ano de operação no Brasil, o 5G puro ainda está longe de mostrar todo o seu potencial. Os consumidores, ante a prometida velocidade até cem vezes superior à do 4G, vêm experimentando uma sensação muito diferente.
“As queixas são explicadas por dados inéditos da consultoria Opensignal, que mede a velocidade em diversos países do mundo. O estudo revela que, no Brasil, os usuários ativos de 5G ficam só 7,6% do tempo efetivamente conectados à nova rede. No restante do período de uso, continuam conectados em 4G e 3G”, diz o jornal.
Trata-se apenas da ponta de uma série de demandas cuja repercussão ocorre nos municípios. Por isso, a inovação também precisa estar à mesa de discussão.
O Congresso é um momento em que as experiências devem ser trocadas, e as boas ideias, acolhidas.