O Corredor da Folia, que antecipa as festas de carnaval em Juiz de Fora, com uma semana inteira de desfiles, é um sucesso consolidado, bastando ver o número ascendente de foliões que se espalharam pelo Centro e por bairros da cidade, mas, passado o eco dos tambores, é preciso avaliar outros pontos da festa, a começar pelos dias oficiais dos festejos, este ano sem a apresentação das escolas de samba. A Prefeitura agiu corretamente em manter a política de austeridade e não ampliar os repasses, mas não custa discutir o que pode ser feito de domingo a terça-feira.
Sem as escolas de samba e com a pauta dos blocos esgotada no sábado com a Banda Daki, a cidade tornou-se um espaço de descanso tal o esvaziamento que viveu neste carnaval. Para uns, foi bom, mas outros atores da grande festa entendem que é preciso fazer algo para preencher este espaço, mesmo sem a apresentação das escolas formais. A Banda Daki, que precisa também ser repensada, tem sido a primeira vítima desse esvaziamento. Se antes abria os festejos e levava até 80 mil pessoas às ruas, hoje, ao fechar a festa, fica apenas com a rebarba, já que boa parte dos foliões – aqueles que gostam de pular carnaval – procura outros municípios, não necessariamente os balneários ou o Rio de Janeiro. Basta ver a movimentação no entorno de Juiz de Fora com o carnaval de rua em curva ascendente.
Se os blocos continuassem suas apresentações pelo carnaval, a realidade seria outra, acrescentando-se a volta das escolas de samba? Provavelmente, sim, mas essas e outras ideias devem ser avaliadas à mesa, com o espírito aberto de todos os atores de Momo. Não custa ouvir as propostas.