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Alertas do clima

editorial
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A instabilidade climática, fruto de ações e inações humanas, tem se revelado cada vez mais grave. Nunca se imaginou a região amazônica, com seus caudalosos rios, viver uma seca de tamanha magnitude com consequências graves para as populações ribeirinhas, ora isoladas pela falta das vias fluviais. Por sua vez, em outras partes do planeta as enchentes são cada vez maiores e nem mesmo cidades como Nova York estão isentas do problema. A metrópole mundial teve suas avenidas invadidas por enchentes na semana que passou.

No Brasil, o temporal que assolou a Região Sudeste, especialmente a Zona da Mata mineira e o Rio de Janeiro in totum, na noite de quinta-feira, foi uma mostra do que pode vir pela frente com a chegada do verão. O La Niña, sistema que aquece as águas do Oceano Pacífico, já apresenta consequências graves estabelecendo novos desafios para as cidades.

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Os efeitos do temporal foram preocupantes, especialmente pela queda de árvores e alagamentos. Boa parte da população ficou sem energia elétrica e a demora na solução ocasionou novos problemas, a começar pela área central, onde os semáforos estavam desligados. Até as estações de abastecimento de água ficaram momentaneamente comprometidas.

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As cidades brasileiras de modo geral têm graves problemas estruturais fruto da ocupação desordenada e ausência de políticas urbanas de longo prazo. Em Juiz de Fora há o agravante da topografia. O município é envolto por montanhas e suas encostas carecem de atenção permanente. Já foi pior, é fato, antes das contenções feitas em áreas críticas como nos bairros Santa Tereza e Parque Burnier, mas ainda há pontos que são sistematicamente monitorados, como a região do Bairro Grajaú, na Rua Rosa Sfeir.

O dado preocupante é encontrado nos boletins dos institutos de meteorologia. Eles indicam que a intensidade das chuvas tende a se agravar enquanto não forem adotadas fortes medidas de controle climático. E aí há um problema. Mesmo diante de tantas tragédias pelo mundo afora, nem todos os governos estão convencidos da importância de se reduzir a emissão de gases e conter o efeito estufa.

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A cada verão a discussão retorna à pauta, mas os resultados continuam aquém das expectativas.

As cidades também precisam rever suas políticas urbanas, já que é no município onde tudo acontece. Regiões como a Serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro, continuam com os mesmos impasses a despeito das sazonais tragédias registradas. O repasse de recursos não se revela em obras e as consequências são as mesmas.

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Juiz de Fora tem seus desafios como os alagamentos em áreas já conhecidas como em Santa Luzia e nos bairros Cerâmica e Industrial. A Prefeitura tem feito investimentos, mas a grande obra ainda está por vir após a liberação de recursos da União. Mesmo assim, já houve resultados com os projetos implementados que mitigaram os problemas comuns até bem pouco tempo.
Entretanto, as cidades são dinâmicas carecendo, pois, de ações permanentes cujos resultados são mais eficazes quando executados sob o viés da prevenção.

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