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Desafios do transporte público

editorial
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Inserido na agenda popular como uma das demandas mais importantes, o transporte público é o tema desta semana do Voto & Cidadania – programa de discussão política com a participação dos candidatos e candidatas à Prefeitura de Juiz de Fora. A Tribuna já tratou de Saúde, Educação e Segurança Pública, todos apontados pela população na pesquisa Fala, JF, feita pela Câmara Municipal, para apurar as prioridades para encaminhamento de emendas parlamentares.

O transporte público é uma agenda permanente em pesquisas e, naturalmente, ocupa espaço no debate que ora ocorre nas cidades em razão das eleições municipais. Cada candidato tem um ponto de vista, mas há consenso quando consideram a matéria uma das mais importantes para o funcionamento das cidades.

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A Tribuna trata do tema dentro e fora das eleições ouvindo a população, especialistas, líderes políticos e comunitários. Trata-se, de fato, de uma discussão relevante.

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Ao curso dos anos, ficou claro que a metamorfose urbana também alterou as formas de financiamento do setor. Há duas décadas, o volume de passageiros era suficiente para sustentar as concessionárias, mas tal modelo se esgotou no decorrer dos anos e tornou-se crítico na pandemia. A tarifa paga unicamente pelo usuário não sustenta o sistema. No chamado primeiro mundo essa constatação ocorreu mais cedo. O financiamento público tornou-se uma necessidade para desonerar o usuário.

Mas é preciso avançar não só por questões de custos, mas também por razões de mobilidade. No caso de Juiz de Fora, quando foi cancelado o processo de redução de ônibus na área central com a construção de estações de transbordo, a cidade deu um passo atrás. A única unidade, construída no Bairro Santa Lúcia, foi insuficiente para sustentar a mudança por conta da sua própria localização. O usuário da Zona Norte, especialmente Benfica, mal entrava no ônibus já tinha que fazer o transbordo. O local ideal era na Avenida Brasil, antes de seu ponto final no viaduto que leva à Avenida JK.

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Por outro lado, na outra ponta nada foi feito. A unidade a ser instalada no Alto dos Passos, na Rua Dom Silvério, sequer saiu do papel. E o projeto morreu. A descontinuidade administrativa tem sido uma mazela nas transições de governo, uma vez que, ressalvadas as exceções, os novos administradores rejeitam continuar obras do antecessor.

Com a discussão ambiental cada vez mais necessária, a mudança de perfil dos ônibus urbanos gerou outra necessidade. Se elétricos, eles reduziriam a emissão de gases e talvez o custo das próprias empresas, hoje dependentes do óleo diesel, cuja oscilação de preço depende do petróleo – commodities que no longo prazo vai acabar.

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Situada num vale, Juiz de Fora tem problemas em adotar determinadas medidas de mobilidade capazes de melhorar a vida dos usuários, mas a redução de automóveis na área urbana é outra demanda a ser considerada se o sistema público garantir a eficiência. Na Europa, várias cidades já cobram pedágio urbano, na tentativa de reduzir o número de automóveis, mas o sistema de transporte é eficiente e subsidiado.

O leitor e o eleitor percebem a preocupação dos candidatos com essa questão e está afeito a mudanças, mas não basta prometer sem garantir fontes de financiamentos ou apresentar projetos inviáveis. Hoje, graças à informação em tempo real e com mais fontes de consulta, ele não aceita mais o simples declaratório.

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