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Compasso de espera

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Quando foi indagado aos marqueteiros sobre a campanha do presidente Clinton, nos EUA, eles responderam de pronto que era a economia o ponto de inflexão. De fato, quando esta vai bem, a democracia segue pelo mesmo caminho, embora haja controvérsia quando se trata de regimes fechados como a China, em que a economia tem números ascendentes e a democracia permanece estagnada.

Há, na verdade, um fenômeno inverso, sobretudo no Brasil, quando o país se prepara para as eleições gerais de outubro. A economia vive de altos e baixos e, agora, depende diretamente da política para se posicionar. O setor produtivo segura os investimentos à espera do novo presidente, pois não há certeza sobre o vencedor, sobretudo num cenário que repete 1989 com uma longa fila de espera, mas sem destaque para esse ou aquele candidato. O ex-presidente Lula puxa a fila, mas até ele sabe que será barrado pelo TSE por conta da Lei da Ficha Limpa.

A estratégia petista é esticar a corda ao máximo para, aí sim, com o ex-presidente no papel de vítima, ser possível vender a candidatura do vice, Fernando Haddad, com possibilidade de chegar ao segundo turno. Os tucanos tentam replicar cenários de outros pleitos, se habilitando ao enfrentamento com o PT, mas a candidatura de Geraldo Alckmin ainda patina, estando atrás de Ciro Gomes — que se perde pela boca — e de Jair Bolsonaro, que optou por um vice que mais atrapalha do que ajuda, bastando ver a sua primeira entrevista, na qual chamou índios de indolentes e africanos de malandros.

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Voltando à economia, ela depende do programa dos candidatos, que até agora passa por linhas gerais sem se aprofundar, de fato, no que está sendo pretendido. Como plano de governo tornou-se peça de ficção, os eventuais debates poderão ajudar no entendimento dos investidores e do eleitor. Só a partir daí será possível traçar perspectivas sólidas sobre a economia. Por enquanto, só valem as especulações.

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