A realização da segunda etapa dos fóruns regionais apontou para o que se pode chamar mais do mesmo, pois o material levantado pelos participantes de 64 municípios da Zona da Mata reflete basicamente o que já tem sido apurado em outros eventos, como o recente documento elaborado pela Fiemg Regional, já de posse das autoridades estaduais. Nele, e em outros tantos – como o encontro regional realizado na antiga Reitoria da UFJF, há cerca de quatro anos -, são apontadas as demandas que ora se repetem no texto a ser entregue ao governador Fernando Pimentel.
A Zona da Mata, um dos pontos mais afetados pela guerra tributária com o Rio de Janeiro, quer não apenas uma política que lhe permita atrair indústrias e outros investimentos – sobretudo num tempo de crise, mas também meios para levar o seu desenvolvimento adiante -, que passam, necessariamente, por estradas adequadas, infraestrutura, polo científico e atenção para as comunidades rurais.
Cidades do porte de Juiz de Fora também carecem de investimentos próprios para resolver de vez velhas questões como a transposição da linha férrea – que pode até continuar sob um novo formato, com o seu encapsulamento – e recursos para a continuidade das obras que hoje dependem exclusivamente de repasses do Estado e da União.
O município, porém, não pode ter a pretensão de ser o único centro de atenção, pois é fundamental a adoção de fortes incentivos em seu entorno, a fim de garantir qualidade de vida – saúde, educação, emprego e segurança – nas demais cidades, a fim de que estas tenham vida própria, revertendo o quadro de municípios-dormitórios que hoje ostentam pela absoluta falta de oportunidade, especialmente para os mais jovens.
Se o governador Fernando Pimentel cumprir pelo menos parte do que se propõe, já terá dado um passo adiante para que a Zona da Mata recupere a sua posição de protagonista no estado.