A abertura de inscrições para o Minas Láctea, o maior evento do gênero no país, joga luzes, de novo, numa questão que vem vencendo os anos sem uma solução: O Expominas Juiz de Fora. O link aos dois fatos se deve à mudança de lugar da exposição. Ao invés do Centro de Convenção, às margens da BR-040, ela vai acontecer nas dependências do Instituto Cândido Tostes, no Bairro Santa Terezinha.
Com a perda de mais esse evento, o Expominas se consolida como um espaço que tornou-se um estorvo para o Governo, já que seus custos, certamente, são maiores do que arrecada ao curso do ano. Quando lançou a perda fundamental, o então governador Itamar Franco via no local uma referência para trazer para Juiz de Fora congressos, seminários e outros tipos de encontros que demandassem grandes públicos. Ao mesmo tempo, iniciou também o processo do Aeroporto que hoje leva o seu nome, entre as cidades de Goianá e Rio Novo.
Na concepção do ex-presidente, seria o casamento perfeito, já que os participantes não teriam dificuldades com transporte para eventos de porte na região. Hoje, o Aeroporto começa a encontrar a sua vocação, mas o Centro de Convenções ainda carece de uma saída. E não é o único. Seu similar de Belo Horizonte também tem problemas de ocupação, tendo sido parte das discussões do Estado quando se fala na venda de ativos.
O Expominas de Juiz de Fora já abrigou grandes eventos e, agora, com o fim da pandemia, tem todos os equipamentos para repetir o feito. Mas há problemas. Além de carecer de uma gestão mais ativa, capaz de mobilizar os interessados, também precisa resolver o acesso, hoje única e exclusivamente pela BR-040.
A porta de saída para a rodovia ocorre num dos trechos de maior velocidade – um retão com mais de dois quilômetros – que amplia ainda mais os riscos para os usuários, especialmente à noite, quando a visibilidade, em tempos de inverno, é extremamente precária por causa da cerração.
Não é de hoje, fala-se de uma via alternativa, capaz de permitir o acesso no entorno do condomínio Alphaville e projetar o trânsito direto para a Cidade Alta, mas nada foi feito e nem há em pauta essa discussão. Seria um empecilho a menos para ocupação do Centro de Convenções.
O Governo Zema precisa buscar uma solução definitiva para o local, sob o risco de transformá-lo num elefante branco, totalmente apartado dos sonhos de Itamar. Juiz de Fora carece de um centro de tal porte, mas os custos atuais e as inviabilidades técnicas levam a decisões, como as dos organizadores do Minas Láctea, de buscar um local com custos mais baixos e com maior segurança e acessibilidade para os participantes.