Empossado na última sexta-feira no cargo de prefeito, com a missão de cumprir os dois anos e meio restantes do atual mandato, o médico Antônio Almas terá pela frente uma série de desafios, mas não diferentes dos que são enfrentados por chefes de Executivo pelo país afora. A retenção de recursos pela União e pelos estados tem sido perversa para os municípios que, ao contrário das demais instâncias, são os que vivem de perto as questões envolvendo a população.
Juiz de Fora tem sido um oásis com suas contas em dia e sem registro de atraso nos salários do funcionalismo, mas o cenário econômico continua preocupante a despeito dos sinais positivos enviados pelo setor produtivo. O novo prefeito terá que insistir em repasses ora retidos, para levar adiante projetos em curso ou em elaboração em todas as áreas. Por ser polo de uma região, Juiz de Fora acolhe um expressivo número de pessoas que aqui acorrem em busca de seus serviços.
Médico por profissão, Almas tem pleno conhecimento das demandas da saúde, sobretudo por ter acompanhado de perto o ex-prefeito Bruno Siqueira desde a posse de ambos, em janeiro de 2017. E esse setor carece de investimentos intensivos, fruto da procura que não se esgota na população local. Como referência, o município acolhe pacientes de toda a Zona da Mata e até do vizinho Estado do Rio de Janeiro.
Almas também terá desafios na educação, outro ponto que Juiz de Fora chama a atenção e que precisa estar sempre entre as preocupações primárias do Executivo.
Mas o prefeito não é apenas o administrador do presente. As grandes lideranças se destacam por olhar para o futuro e se antecipar aos fatos. Por isso, atuar com projeções de médio e longo prazo também está no manual de Juiz de Fora, que tem demandas que não se esgotam em suas divisas. O município tem que insistir no crescimento regional, para beneficio de todos. O prefeito juiz-forano tem que puxar essa discussão trazendo junto os demais líderes regionais, a fim de garantir que a Zona da Mata tenha uma só voz.
O momento é oportuno. Em véspera de eleições, o debate se intensifica, e criam-se condições para exigir comprometimento dos candidatos com as causas da região. O dirigente juiz-forano deve liderar essa questão, a fim de garantir que a legislatura a ser inaugurada em 2019 faça da Zona da Mata um polo de investimento permanente em todas as áreas.