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O que esperar de Donald Trump?

editorial
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   Quando foi eleito pela primeira vez, em 2016, Donald Trump surpreendeu até mesmo os americanos, uma vez que sua adversária, Hillary Clinton, liderou todas as pesquisas e, mais do que isso, no total, teve mais votos do que ele. O problema foi ter perdido em estados-chave, que lhe tiraram a chance de ser a primeira mulher a presidir a maior democracia do planeta.

  Desta vez, Trump venceu uma outra mulher, que acabou pagando o preço da própria postura do povo americano, mas também por ter herdado problemas da gestão Biden, que, apesar de ter feito um pouso suave na economia americana depois do desastre da Covid, penalizou os segmentos mais pobres. A conta chegou.

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  A questão, agora, é saber como será o segundo mandato de Donald Trump, já antecipadamente celebrado por governos conservadores, como Viktor Orbán, da Hungria, e Giorgia Meloni, da Itália. No Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro também foi às redes sociais para manifestar sua satisfação. Será uma réplica do mandato de 2016 ou, com a margem de votos bem mais expressiva, vai esticar a corda. Ficou claro que será um reforço nos valores da direita.

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  Em termos de política externa, o futuro presidente, ao contrário do atual Joe Biden, é um isolacionista, que deve tirar os Estados Unidos dos envolvimentos internacionais e conflitos globais – como assinala o jornal The New York Times. Com isso, instituições como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – o braço militar da União Europeia -, deverá rever o seu futuro. 

  O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, saudou Trump e classificou sua vitória como impressionante, esperando que a chegada do republicano à Casa Branca traga a paz para a Ucrânia em breve. Há dúvidas, pois o futuro presidente dos EUA tem claras simpatias pelo russo Vladmir Putin. Deve, sim, tirar os EUA dessa bola dividida.

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  O Brasil, após o presidente Lula também ter apresentado seus cumprimentos ao candidato eleito, espera manter uma relação pragmática com a gestão Trump, mesmo tendo o presidente brasileiro, de forma açodada, manifestado sua opção pela vice-presidente Kamala Harris. As relações comerciais passam à margem da ideologia, mas não se sabe se as causas do Brasil nos fóruns internacionais, especialmente na pauta ambiental, terão respaldo. Só o tempo dirá.

  Essa também é a posição dos próprios americanos que ainda não sabem como será o segundo mandato de Trump. O The New York Times, o mais influente jornal do mundo, em um longo editorial, manifestou suas preocupações e alertou aos eleitores, inclusive do Partido Republicano, para ficarem atentos ao que virá pela frente.

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  No último parágrafo do editorial foi enfático: “Benjamin Franklin admoestou o povo americano de forma famosa que a nação era ‘uma república, se você puder mantê-la’. A eleição do sr. Trump representa uma grave ameaça a essa república, mas ele não determinará o destino de longo prazo da democracia americana. Esse resultado permanece nas mãos do povo americano. É o trabalho dos próximos quatro anos”. A conferir.

 

 

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