Ícone do site Tribuna de Minas

FIO DA MEADA

PUBLICIDADE

Normalmente discreto, o ministro Teori Zavaski, relator da operação “Lava jato”, tem dito a interlocutores mais próximos que o pior ainda está por ser revelado. Ele diz que a teia de negócios é muito mais complexa do que a que veio a público até agora. A informação da jornalista Mônica Bergamo, ontem, na “Folha de S. Paulo”, diz que muita gente está sem dormir, pois, para o ministro fazer tal observação, é por conta de algo muito sério que ainda está sendo apurado. “Ele não avança nos comentários, deixando outros ministros tensos”, acrescentou.

Conduzida pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Federal, a operação é uma das mais bem-sucedidas ações de investigação, que pode, a se confirmar a previsão do ministro, puxar o fio da meada de outros escândalos. Como não se sabe a extensão do dano, é previsível também que essas mesmas forças, ora sob tensão, ajam para inibir os passos seguintes. Se o que já se sabe é pura nitroglicerina, é possível depreender que o que está para ser revelado – se é que vai – indicará um novo norte para tudo o que está sendo feito até agora.

As relações entre público e privado passam por caminhos obscuros há tempos, mas ganham visibilidade agora não só pelo modo escancarado como foram conduzidas mas também pelo novo perfil dos órgãos de investigação. De Estado, e não de Governo, agem de acordo com o interesse coletivo, como apontam os próprios dados levantados até agora. A cada relato, a prova do uso indevido do dinheiro público, como se, em sendo sem dono, pudesse ser utilizado sem qualquer desvio ético. Esse equívoco está levando muita gente para a cadeia, e, se as previsões de Teori se confirmarem, outros tantos estariam a caminho do cárcere.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile