A suspensão de 20 leitos de UTI do SUS na Maternidade Therezinha de Jesus, a possível interdição do PAM-Marechal e o atraso cada vez mais visível na retomada das obras do Hospital Universitário e do Hospital Regional formam um pacote de más notícias para o sistema de saúde da cidade, hoje sufocado pela crescente demanda. Juiz de Fora, como polo regional e por ter gestão plena, acolhe pacientes de toda a Zona da Mata e, até mesmo, do Rio de Janeiro, cuja implicação é o excessivo número de atendimentos. O que mais se vê são ambulâncias de outros municípios circulando pelas ruas da cidade, uma vez que a maioria das prefeituras do entorno não tem meios para acolher seus doentes.
Esse modelo faz parte do processo de consórcios, mas faltam recursos para ampliar o atendimento. Só agora e, mesmo assim, na fase de prospecção, o Governo do Estado discute a situação de seus hospitais regionais. Vários secretários têm visitado a cidade a fim de analisar suas condições para, só a partir daí, elaborarem relatórios a serem encaminhados ao governador Romeu Zema. A constatação é clara: há necessidade de concluir a obra do Hospital Regional, hoje ao relento e alvo de ladrões – como ocorreu no início da s emana – que invadem suas instalações.
O caso do Regional tem, no entanto, outras implicações: concluir a obra física é uma coisa, colocá-lo em funcionamento é outra, pois aí é que reside o problema. O custeio tem sido o gargalo da saúde pública, e o Estado – pelas contas apresentadas – não tem meios para manter esse modelo. O governador já antecipou que busca parceiros na iniciativa privada interessados em assumir os hospitais. O ponto central é saber como será essa parceria e como será remunerada, já que ninguém investe para perder.
No caso do Hospital Universitário, sob gestão da UFJF, foram anunciadas novas ações, mas sem definição de datas, visto que há o mesmo problema: a obra está adiantada, mas entre fazer e gerenciar existem diferenças abissais. O HU é fundamental para o público e também para a comunidade acadêmica. Resta saber se o contingenciamento de recursos para as universidades irá afetá-lo e em que dimensão.
A redução de leitos de UTI na Maternidade é, hoje, mais grave, pois tem implicação imediata no atendimento. As causas prováveis estão na ausência de repasses, um dado relevante e que ocorre em várias instâncias de atendimento.